Brava: Francisco Tavares garante que empréstimo de 120 mil contos “não vai sufocar” tesouraria da autarquia
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, garantiu hoje que o empréstimo de 120 mil contos não vai sufocar, em nada, a tesouraria da autarquia.
Francisco Tavares deu esta garantia em declarações à imprensa ao reagir sobre o comunicado da Comissão Política Regional (CPR) do PAICV da Brava, que considerou que o empréstimo bancário que a Câmara Municipal da Brava vai solicitar à banca vai ditar a “morte da gestão do município”.
Conforme explicou o autarca, esta é uma estratégia da renegociação da dívida que a autarquia já tinha com o BCA e ainda com um acréscimo de um empréstimo adicional de 42 mil contos.
E do valor da dívida que a autarquia possui com o BCA no valor de 754 mil escudos mensais, Francisco Tavares realçou que quando a dívida passar a ser de 120 mil contos, a autarquia vai ter um encargo de apenas 808 contos mensais, ou seja o agravamento das despesas com a dívida vão ser apenas de 54 contos para que a autarquia tenha disponível mais 42 mil contos.
“É obra. Não é fácil. Talvez, por isso o dirigente da CPR não entendeu o que é que está à volta disso e a explicação é simples”, considerou o autarca, explicando que é a renegociação da dívida actual faz com que as mensalidades com a banca, que neste momento é de 754 mil escudos, baixem para 525 contos mensais.
Quanto aos 42 mil contos que vão ficar com a autarquia, o autarca evidenciou que vai ser utilizada para diversas acções e uma delas é a liquidação total das dívidas com fornecedores locais e com empreiteiros e ainda a câmara vai ficar com 20 mil contos para fazer novos investimentos, nomeadamente, a construção da placa desportiva da localidade de Palhal, uma reivindicação antiquíssima.
O autarca acusou o PAICV de estar a fazer “fuga” em frente para que a população de Lomba, Palhal e Ferreiros não o crucificarem pelo facto de terem votado contra o empréstimo.
“A câmara municipal está totalmente tranquila e toda a população da Brava, a futura gestão da câmara municipal pode ficar tranquila”, disse, justificando que para fazer estes tipos de empréstimos é necessária uma declaração de uma entidade independente credenciada na área da gestão financeira que faz uma análise daquilo que é a gestão financeira municipal nos últimos três anos e emite uma declaração de capacidade de endividamento.
Segundo a mesma fonte, esta declaração aponta que neste momento, o total da capacidade de endividamento da autarquia é de 298 mil contos e que com o empréstimo de 120 mil contos, a autarquia ainda atinge apenas 40 por cento (%) do total da sua capacidade de endividamento, baseando em estudos por especialistas daquilo que é a gestão financeira municipal dos últimos três anos, ou seja, fluxo das receitas e despesas nos últimos três anos, o que “não vai fazer nenhum tipo de comprometimento de gestão municipal nos próximos tempos”.
“A declaração da CPR do PAICV demonstra que o PAICV não está preparado para gerir absolutamente nada na Brava, pois nas suas palavras dizem que não possuem a mínima noção do que é a gestão municipal”, acusou o autarca, aconselhando a equipa da oposição a “pensar bem se apresentam candidatura no próximo ano ou não”.
Da mesma forma, acusou a CPR do PAICV de não estar atento ao que se está a passar a nível nacional, avançando que na semana passada, no Parlamento foi discutida a possibilidade do aumento de 10 para 13% já em 2024 do Fundo de Financiamento Municipal.
Para finalizar, anunciou que havendo o aumento do Fundo do Financiamento Municipal da câmara municipal, no próximo ano a autarquia vai avançar sim com um novo empréstimo bancário para a construção de um campo de futebol na freguesia de Nossa Senhora do Monte, que pode ser um empréstimo a rondar 50 a 60 mil contos, mas que já viu que a capacidade de endividamento actual