Brava: Jovem vê a sua paixão pelas artes manuais ameaçada devido à falta de materiais na ilha
Edlise Gomes, 34 anos, é uma bravense que trabalha como ajudante de serviços gerais na agência de um banco na ilha e que tem uma “paixão” pelas artes manuais, que vê ameaçada por falta de matéria-prima.
Soraia, como é conhecida por todos, contou à Inforpress que desde pequena teve este dom e sempre fez um pouco de tudo, mas a matéria-prima que é o essencial não colabora nas suas criações.
Segundo esta jovem, até então tem vindo a depender das irmãs que vivem no exterior que lhe enviam algum material, mas a quantidade não é suficiente para fazer experiências e depois produzir para comercializar.
Experiência, porque, conforme contou nunca teve a oportunidade de fazer ou de participar em nenhuma formação de artes, mas que vai se aperfeiçoando com vídeos que vê na internet e com isso produz kits para aniversários, mediante pedidos dos clientes e amigos, também já fez experiência com resina, caneta 3D e cimento cola branco.
Com a pequena quantidade de material que conseguiu, tem feito chaveiros, acessórios, vasos e placas com nomes, entre outros produtos que após a fase de experiência produz alguma peça conforme o desejo dos clientes, mas que não dá para produzir em grandes quantidades.
O seu maior desejo é abrir um espaço e dedicar às artes no período após o seu primeiro trabalho, como uma forma de alimentar a sua paixão pelas artes manuais, mas também para poder oferecer aos bravenses produtos de qualidade e diferentes dos que encontram prontos na loja.
Pois, conforme explicou, caso alguém quiser oferecer a uma pessoa um produto feito com resina ou caneta 3D tem de encomendá-la nas outras ilhas onde fazem estas artes, mediante modelos que encontram na Internet.
Mas, continuou, com uma produção local a satisfação do cliente é diferente, uma vez que tem a possibilidade de acompanhar de perto o processo e trabalhar também no processo de finalização e dos detalhes.
Questionada sobre os passos que pretende dar para firmar o seu negócio e dedicar a produção artística, Soraia avançou que por enquanto tem de esperar pelas irmãs que lhe enviem os produtos, mas que tem de ser quando o navio de cargas chega dos Estados Unidos da América.
Pois, sintetizou, não dá para fazer encomendas e ser enviado pelos Correios, uma vez que o preço já é elevado e com as taxas do envio nos Correios seria mais um custo que não compensa.
Enquanto isso, dá continuidade à produção dos kits de festas mediante o desejo dos clientes, um trabalho que faz com papel eva, caixotes, filtro e tintas, entre outros materiais mais acessíveis na ilha, com os quais faz números 3D, porta-doces e casas de bonecas Barbie, entre outros.
Sobre uma possível formação na área de artes e produção artística, avançou que já tentou se inscrever em alguns cursos online, mas o maior entrave é também a falta de material para fazer estas formações, reforçando que em alguns a matéria-prima que utilizam é a resina e não consegue a quantidade suficiente para assistir o curso completo.
Entretanto, deixou claro que não vai desistir com a fé de que um dia consegue se organizar e com mais apoios ter uma quantidade suficiente de materiais para fazer as suas criações e oferecer aos clientes um produto de qualidade produzido na ilha Brava.
Bravanews com Inforpress