Brava /Monumentos e Sítios: Ilha é pequena mas rica em termos de monumentos – professor de História
O professor de História Nelson Miranda considerou hoje que a Brava, apesar de ser pequena, é “rica” em termos de monumentos que se encontram espalhados um pouco por toda a ilha.
O professor de História Nelson Miranda considerou hoje que a Brava, apesar de ser pequena, é “rica” em termos de monumentos que se encontram espalhados um pouco por toda a ilha.
Segundo este docente da Escola Secundária Eugénio Tavares, os monumentos existentes na ilha Brava são “importantes” no processo histórico, não só regional, mas em todo o processo histórico do país.
Nelson Miranda falou do Sítio Histórico de Nova Sintra, salientando alguns monumentos existentes, como a Casa Museu de Eugénio Tavares, a Igreja do Nazareno, em Ponta Achada, que a nível da religião protestante, foi a “primeira igreja de Cabo Verde e na África”.
Em torno da ilha em si, referiu aos miradores da época colonial, a casa de Eugénio Tavares em Aguada, “onde era o seu refúgio, fonte de inspiração, onde o poeta terá composto a maioria das suas mornas e poemas”.
Também, mencionou a existência de alguns sobrados coloniais na ilha, visto que, conforme o mesmo, a Brava terá sido lugar onde o governador-geral de Cabo Verde montou a sua residência no século XIX, de onde administrava o país por vários anos consecutivos, referindo-se ainda a localidade de Nossa Senhora do Monte, onde foi a residência oficial do Bispo de Cabo Verde.
De acordo com a mesma fonte, alguns destes monumentos estão preservados, mas outros estão em contínua degradação, dando o exemplo da casa Museu de Eugénio Tavares, que se encontra num estado de conservação razoável, entretanto, disse ter reparado que a casa do escritor, na Aguada, está extremamente abandonada, correndo o risco de, daqui a alguns anos, não ter nada mais a mostrar.
Pegou no facto de ser professor e ter estado a levar, durante os últimos 13 anos, os alunos a esta casa, lamentado que a cada ano que por lá passa o estado de conservação seja cada vez pior e que se continuar assim, “daqui há uns dez anos, não temos este espaço”.
A fonte salientou ainda que tem conhecimento de que o Instituto do Património Cultural (IPC) e a câmara municipal estão trabalhando para a remodelação da Casa Museu e alguns sítios históricos, mas a casa de Aguada, segundo informações que teve, não está sendo contemplada com estes investimentos.
Outra lacuna apontada por este professor de História é o facto de o programa escolar, segundo sublinhou, pelo menos no Ensino Secundário, não falar sobre sítios e monumentos e hoje em dia, com tantas modernidades, as pessoas “não estão muito apegando as coisas históricas, querendo modernizar espaços”.
Mesmo assim, como professor, salientou que tem tentado mostrar aos alunos alguns dos monumentos, levando educandos seus à Aguada, com o propósito de lhes mostrar os caminhos, as ruínas e tentando criar neles o gosto para a nossa história sítios e monumentos”.
MC/JMV
Inforpress/fim