Brava: Moradores de Santa Bárbara confrontam PR e equipa camarária com situação em que vivem
A população de Santa Bárbara colocou as suas preocupações a Jorge Carlos Fonseca e ao edil Francisco Tavares, relacionadas com o mau ano agrícola, falta de emprego e melhoria nas vias de acesso.
A população de Santa Bárbara colocou as suas preocupações a Jorge Carlos Fonseca e ao edil Francisco Tavares, relacionadas com o mau ano agrícola, falta de emprego e melhoria nas vias de acesso.
Arlete Alves, uma das moradoras da localidade, contou que a sua maior preocupação é a falta de emprego, que devido ao mau ano agrícola a situação tem-se tornado cada dia mais difícil, tendo as famílias de procurar meios de sustento, ou mesmo existem aquelas que sobrevivem da pensão e de apoios.
Esta demonstrou-se também preocupada com a situação das vias de acesso à localidade, que neste momento encontram-se com “alguma monda”, mas também com as paredes que estão sendo derrubadas pelos animais que andam à solta pela zona.
“A situação é complicada. Como não choveu, quem tem os seus animais já não os coloca no estábulo, mas sim, deixa-os no pastoreio livre e acabam por derrubar as paredes, danificar as estradas e mesmo não deixam que os moradores coloquem alguma planta de ornamentação ou legumes”, disse a moradora, acrescentando que comem tudo o que aparece pela frente.
Entretanto, reconheceu que a câmara municipal tem colocado algumas frentes de trabalho na localidade a reconstruírem os muros de protecção, reparar as calçadas e a limpeza da estrada e dos caminhos vicinais.
Mas, ajuntou, “a população é que não ajuda”, pois não entende que os animais devem permanecer no estábulo, como uma forma de manter a zona limpa e ser mais chamativa.
Até porque, outros moradores também comentaram que na zona a população está diminuindo, principalmente os jovens, devido à emigração ou mesmo a procura de melhores condições e que é uma zona que “ninguém se lembra dela”.
Edite Lopes, é outra moradora que contou que é mãe de nove filhos, alguns membros da família encontram-se doentes, alguns em tratamento, outros não, e a mesma não é sã de saúde.
E, com todas as dificuldades, adiantou que sobrevivem da pensão social e numa casa com poucas condições, sem mínimas condições de saneamento, ou seja, sem casa de banho.
A mesma salientou ainda que um outro problema que enfrenta é na questão de transporte, caso necessite de ir ao hospital não há como pagar o aluguer de um carro, o que a leva a recorrer às entidades policiais da ilha.
Perante estas preocupações, o presidente da câmara da Brava, Francisco Tavares, adiantou que estas situações já são do seu conhecimento e que anualmente a autarquia coloca um ou dois grupos a fazer limpeza na zona, a consertar alguns muros de estrada, mas é um trabalho que tem de ser feito recorrentemente porque os criadores deixam os animais à solta, sujam os caminhos e danificam as paredes.
Daí, disse admitir que “infelizmente” a câmara não possui condições financeiras para permanentemente fazer este trabalho de limpeza e de reconstrução dos muros.
O que pretendem é trabalhar na consciencialização das pessoas para confinarem os animais a um espaço para procurarem o pasto e não deixa-los à solta, com as consequências negativas daí advenientes.
Quanto à questão do saneamento e construção de casas de banho, adiantou que a família da Edite Lopes já está na lista para ser contemplada com a construção de uma, no quadro do Programa de Reabilitação Ambiental e de Acessibilidades (PRAA).
MC/AA
Inforpress/Fim