Brava necessita de um corpo de Bombeiros totalmente equipado – presidente da câmara
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, defendeu hoje que a ilha necessita de um corpo de bombeiros totalmente equipado e mais formações para os agentes da Protecção Civil e instituições.
O autarca falava à imprensa no final de um encontro entre os membros da plataforma de Protecção Civil Municipal e dos Bombeiros com o consultor do Programa de Acção Climática do LuxDev para a discussão do Plano de Resposta a Emergências e Recuperação de Desastres para o município da Brava.
Segundo o autarca, tendo em conta os dados recolhidos e partilhados, vai produzir um documento oficial que dentro do programa vai apontar medidas práticas a tomar.
E é neste sentido que realçou que o que ficou “bem definido”, é que a ilha precisa de uma estação de Bombeiros totalmente equipada e também mais formações para os agentes da Protecção Civil e instituições da ilha, assim como a implementação de um plano de educação para desastres e catástrofes naturais nas escolas e em toda a comunidade bravense.
Daí, evidenciou que é com alguma expectativa que espera que, no final, à Brava seja financiado o reforço de material e em termos de formação das capacidades de alerta e de resposta em relação aos membros da Protecção Civil e Bombeiros.
Questionado sobre as maiores preocupações em relação à ilha relacionadas com os aspectos de catástrofes e situações de riscos, relembrou que a Brava é uma ilha vulcânica com actividades sísmicas realçando que o maior alerta encontra-se ligado a tremores de terra e actividades vulcânicas.
Embora não tenham tido registos históricos de actividades vulcânicas na Brava, o certo é que há evidências claras de que a Brava é um vulcão activo em actividade e tem demonstrado além de libertação de gases em alguns pontos, alguma actividade sísmica.
Daí, sustentou que o principal foco é que havendo uma actividade sísmica muito maior do que aquilo que tem vindo a acontecer, qual é a capacidade de resposta a todos os níveis, desde a coordenação, transportes, transferência de pessoas, sistema de saúde.
Neste sentido, reconhece que uma ilha tem de ter uma unidade de Bombeiros com pelo menos uma ambulância funcional e também equipamentos de combate ao incêndio, sendo necessário um caminhão autotanque, realçando que na ilha existe uma viatura ligeira para esta missão.
Igualmente, sublinhou que é preciso também ter a capacidade financeira para construir e equipar uma estação de Bombeiros com todos os materiais básicos necessários para estar em condições de dar respostas às várias situações até que apoios do Serviço da Protecção Civil cheguem, augurando que no final deste estudo e programa, a ilha acabe por ser beneficiada neste aspecto.
Quanto ao plano, considerou-o como sendo “muito importante pelo facto de estar enquadrado dentro de um programa maior, que está a identificar as vulnerabilidades climáticas, neste caso dos riscos de desastres naturais e da capacidade de resposta em termos humanos e tecnológicos que a ilha possui”.
E na ilha, reforçou que foram contactadas todas as instituições que fazem parte do conselho municipal da Protecção Civil e Bombeiros, onde juntamente com o consultor passou-se a “radiografia ideal” da situação em casos do sistema de alertas precoces e na necessidade da implementação de planos em resposta de alguma eventualidade.
O plano tem por objectivo “avaliar” as Necessidades de Tecnologia e Capacidade (TCNA) de instituições e serviços chaves em Cabo Verde para a operacionalização do Quadro Nacional de Serviços Climáticos e está a ser implementado em cinco municípios pilotos, nomeadamente, Brava, Mosteiros na ilha do Fogo, Boa Vista, Maio e a cidade da Praia.
O programa está a ser financiado pela cooperação Luxemburguesa em Cabo Verde e foi lançado em Fevereiro de 2023, tendo como propósito de até 2025 apoiar Cabo Verde na implementação da sua nova política climática, tal como materializada em Dezembro de 2021 e pelo Plano Nacional de Adaptação (National Adaptation Plan – NAP) (Setembro 2022), estabelecendo uma governança climática consolidada que resulte num País mais resistente ao clima e com baixas emissões de gases com efeito de estufa.