Brava: “O Governo tem de ser mais justo com a ilha Brava” – líder do PAICV

A presidente do PAICV (Oposição), Janira Hoppfer Almada, exortou hoje o Governo a ser mais justo com a Brava, considerando que na ilha não existem investimentos para potenciar o seu desenvolvimento.

Jan 23, 2019 - 04:52
 0  11
Brava: “O Governo tem de ser mais justo com a ilha Brava” – líder do PAICV

A presidente do PAICV (Oposição), Janira Hoppfer Almada, exortou hoje o Governo a ser mais justo com a Brava, considerando que na ilha não existem investimentos para potenciar o seu desenvolvimento.

Janira Hoppfer Almada fez este pedido no final da conferência subordinada ao tema: “Orçamento do Estado para 2019: Que compromissos com a Brava?”, realizada na ilha Brava.
Segundo a presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o Governo do Mpd “tem problemas em estabelecer prioridades”, dando como exemplo o “aumento da dívida pública”, acusando o executivo de não ter feito ainda, a nível nacional, “nenhuma obra estruturante e nenhuma medida de alcance e com impacto a longo prazo”..

Lançando um olhar sobre a Brava, Janira Hoppfer Almada adiantou que não existem na ilha investimentos para potenciar o desenvolvimento da mesma, destacando, entretanto, o aumento de despesas e gastos do Estado que, ajuntou, “está cada dia mais gorda e mais pesada”.

Segundo a líder do maior partido da oposição, o Palácio da Várzea gasta “somente em viagens e estadas cerca de 636 mil contos, valor este que “demonstra, claramente, a importância que o Governo está dando à ilha e a perspectiva do desenvolvimento do país”.

Referindo-se à conferência, Janira Hoppfer Almada explicou que teve como objectivo socializar com a população bravense o estado actual do país, mas também da ilha Brava, em especial.

“É preciso dizer, de forma clara, que os compromissos feitos com a população bravense não estão sendo cumpridos de nenhuma forma. As duas grandes bandeiras que foram o aeroporto e a resolução de transportes marítimos da ilha foram, naturalmente, f promessas para depois serem engavetadas e esquecidas”, salientou a presidente do PAICV.

Segundo a responsável, nos últimos anos, os argumentos utilizados pelas câmaras municipais suportadas pelo Movimento pela Democracia (MpD- no poder), eram que a governação do PAICV andava a criá-las constrangimentos na realização dos seus trabalhos.

Mas, adiantou, há já três anos que todos os municípios têm quase todas as mesmas cores políticas (Governo do MpD, local e central) e mesmo assim, “os problemas não só não se resolvem, como estão agravando”.

Daí, a líder oposicionista apontou o “aumento” das desigualdades sociais que dispararam na ilha, problemas enfrentadas no sistema educativo, com a medida do agrupamento escolar, que está a levar, segundo Janira Hoppfer Almada, a um “aumento do insucesso e abandono escolar”, por parte das crianças e a preocupação por parte das famílias e professores.

No sector da agricultura, a dirigente do PAICV disse que não foi feito nenhum novo investimento nesta área na ilha, estando na mesma situação a pesca que, sublinhou, está “completamente abandonada”.

De crítica em crítica, a responsável salientou que a nível do poder local não se está “a ver todos os recursos que o Governo tem dito que anda a enviar” para melhoria das condições da população, sobretudo em obras e medidas que “alavancam o desenvolvimento da ilha Brava, com base nas suas potencialidades e nas suas vocações”.

Segundo a mesma fonte, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, tem “tentado criar” uma imagem, segundo a qual existe um novo relacionamento e muito mais recursos para as câmaras municipais.

Mas, entretanto, prosseguiu, “não está sendo possível ver obras estruturantes, resultantes destes mais recursos que o Governo está tentando divulgar e que não corresponde à verdade”, porque, explicou, “contrariado pelo facto das câmaras estarem a fazer permanentemente empréstimos para resolverem problemas de funcionamento”.

Para a líder do PAICV, se as “câmaras realmente têm muito dinheiro como estão dizendo, não teriam necessidade de recorrerem constantemente aos bancos para resolverem os problemas de tesouraria”, que já aconteceu, segundo Janira Hopffer Almada, nas câmaras municipais de São Vicente, Calheta de São Miguel, Brava, entre outras.