Brava: O turismo sustentável na ilha só pode dar frutos com a “melhoria” dos transportes e serviços de saúde

A Câmara Municipal da Brava pretende “transformar” a ilha num destino procurado pelos turistas, mas segundo o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, isso só será possível com a “melhoria” dos serviços de transporte e de saúde.

Nov 2, 2018 - 07:51
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Brava: O turismo sustentável na ilha só pode dar frutos com a “melhoria” dos transportes e serviços de saúde

A Câmara Municipal da Brava pretende “transformar” a ilha num destino procurado pelos turistas, mas segundo o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, isso só será possível com a “melhoria” dos serviços de transporte e de saúde.

“Se não fosse isolada, se conseguirmos ligar Brava ao conjunto das outras ilhas de Cabo Verde, melhorar os serviços de saúde, a ilha tem um potencial para um turismo diferente incalculável”, reconheceu Jorge Carlos Fonseca.

Para o chefe de Estado, a ilha tem óptimo potencial para a prática de um turismo rural, de montanha, caminhadas, ou seja, um turismo sustentável e ecológico.

Jorge Carlos Fonseca elencou, entretanto, alguns dos motivos que levou-o a fazer tal declaração.

“Na Brava existe um pouco de tudo, a localidade de Fajã d´Água com uma bacia e piscinas naturais que atraem vários turistas, assim como outras zonas da ilha, Nova Sintra que é uma cidade a única no país que tem um micro-clima, (…) é uma ilha de pessoas simpáticas, amáveis, que tem uma figura tutelar da cultura que é Eugénio Tavares, tem grande historial de ligação com os EUA, de grandes músicos, compositores, instrumentistas”, entre vários outros motivos, indicou.

Para o PR, nada disso será bem aproveitado se não for resolvido a questão dos transportes “regulares, previsíveis, seguros”, de forma a dar garantias às pessoas que visitam a ilha. “Sem isso não é possível ter um turismo sustentável e relevante”, enfatizou.

“Os problemas de ligações aéreas para Brava têm de serem resolvidos. Não sou técnico, por isso não posso dizer se é aeroporto ou aeródromo, o certo é que tem de ter ligações, até para casos de emergências”, sublinhou.

De acordo com o Presidente da República, se “não têm boas condições de saúde”, as pessoas podem não querer arriscar. “Se é uma ilha que tem este potencial deve ser vista com um olhar mais forte, pensá-la como uma ilha que pode ter as suas condições de desenvolvimento próprios e que tem uma contribuição muito útil para o desenvolvimento do país”, concluiu.

Entretanto, pegando nesta mesma óptica, o presidente da câmara municipal adiantou que a autarquia e o Governo já estão a trabalhar na preparação da ilha como destino turístico, com intervenções na área de saneamento, requalificação urbana, construção de mais miradouros, e um conjunto de outros projectos que estão sendo e vão ser desenvolvidos, para quando o problema dos transportes for resolvido, a ilha esteja preparada para acolher os turistas.

“Concernente ainda à questão dos transportes, o Governo é ciente do problema, agora temos 5 a 6 ligações semanais para a ilha, mas que é feito por um único barco e não existe ligação directa Fogo/Brava e vice-versa”, sublinhou.

De acordo com o edil, a “falta de sincronização” entre os meios de transporte marítimo e aéreo com a ilha do Fogo tanto na chegada como na partida, “inibe” os turistas de fazerem o percurso.

Entretanto avançou que já estão montados os equipamentos para a verificação do estado atmosférico e características do tempo na localidade de Favatal, para ver se existem condições de ser construído um aeródromo, mas “por enquanto”, uma embarcação somente para ligação Fogo/Brava “melhoraria” a situação, ajuntou.

Inforpress