Brava: PAICV acusa Governo de “falta de ambição e de comprometimento” para com o desenvolvimento da lha
O PAICV acusou hoje o Governo da “falta de ambição e de comprometimento” para com o desenvolvimento da ilha Brava, de “promessas não cumpridas”, e instou o executivo a repensar o tipo de investimento em Fajã d’Água.
O PAICV acusou hoje o Governo da “falta de ambição e de comprometimento” para com o desenvolvimento da ilha Brava, de “promessas não cumpridas”, e instou o executivo a repensar o tipo de investimento em Fajã d’Água.
Em conferência de imprensa promovida pelo deputado e membro do Conselho Nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Clóvis Silva, considerou que não se pode falar no desenvolvimento turístico de uma ilha, quando “não há água suficiente, nem para o consumo doméstico”.
“O transporte marítimo continua demasiadamente precário, podendo a qualquer momento novamente parar, porque a nossa ligação está sempre dependente de um único navio e chegamos ao ponto de termos viagens para a Brava apenas três dias por semana, segunda, quinta e sábado. Esta é a nossa realidade”, denunciou o parlamentar.
Disse que desconhece qualquer informação sobre os estudos para o aeroporto prometido para a Brava, sublinhando que o fornecimento de energia elétrica é precário, com os produtos alimentares na ilha “caríssimos”, estando os comerciantes a ter “prejuízos enormes” com o transporte “deficitário e irregular”.
“Os operadores turísticos não têm lucro, acumulam dívidas bancárias desde a covid19, o Governo em momento nenhum ofereceu socorro de nenhuma espécie para que pudessem persistir nesta difícil época para todos e falo especificamente da Brava”, criticou Clóvis Silva.
Relativamente aos investimentos que o ministro dos Transportes, Carlos Santos, anunciou no valor de 40 mil contos para o desenvolvimento da localidade turística de Fajã d’Água, Clóvis Silva afirmou que o Governo “perdeu uma excelente oportunidade para levar esperança”, alegando que o governante, porém, saiu da ilha deixando “uma mão cheia de promessas e mais promessas”.
Questionou se não é urgente que se garanta segurança no acesso à comunidade pela construção de uma estrada ao nível da ambição que se deve ter para a Brava, tendo, por outro lado, denunciado, que se quer o Centro de Saúde esteja funcional, para a realização dos mínimos.
“As velas não são pagas aos enfermeiros, os salários não são processados ao pessoal contratado, material de limpeza não pode ser adquirida, nem a comida aos doentes internados está a ser feita, tudo porque não tendo um administrador o centro de saúde estará ineficiente”, criticou.
“Entretanto vivemos numa ilha onde tudo é mais caro, a população diminui a olhos vistos, com jovens inativos, o comércio estagnado. No entanto, pagam-se impostos sobre rendimentos mais caros na Brava do que em qualquer outra ilha, o que demonstra que o próprio Estado através do Ministério das Finanças está a sufocar a actividade comercial na Brava”, denunciou.
Considerando que a Brava precisa de um Governo “mais sensível que que se comprometa com o seu desenvolvimento”, Clóvis Silva disse que a ilha vive dias difíceis e exortou o Governo a “parar de drenar recursos dos comerciantes com a cobrança de impostos em valores irrazoáveis”, chegando por vezes a milhares de contos de cobrança sobre os rendimentos que são estimados.