Brava: População bravense “clama” por uma rádio local, melhorias nas condições de saúde e transporte
A população bravense reuniu-se, no final da tarde de sexta-feira, com o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, onde reivindicou uma rádio local, melhorias nas condições de saúde, transporte, sector empresarial e solução para o abastecimento de água.
A população bravense reuniu-se, no final da tarde de sexta-feira, com o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, onde reivindicou uma rádio local, melhorias nas condições de saúde, transporte, sector empresarial e solução para o abastecimento de água.
No salão da câmara municipal da ilha, os bravenses expuseram as suas preocupações que têm vindo a “atropelar” a ilha anos após anos.
Uma das primeiras reivindicações surgiu da classe de empresários que, segundo os mesmos, empregam várias pessoas na ilha, mas que ao mesmo tempo vêm enfrentando algumas burocracias, colocando em causa alguns postos de trabalho.
Mas também reivindicam uma estação de rádio comunitária, por ser a ilha mais ocidental e mais isolada, com vista a “dar voz” às situações locais, já que na ilha já decorreram vários fenómenos naturais e a comunicação fica muito aquém no caso de ser necessário transmitir alguns alertas.
Um outro problema que vem afectando a ilha é a questão do envelhecimento da população activa, o que está originando a “falta” de mão-de-obra qualificada em certas áreas, pois, por falta de políticas a camada jovem está saindo da ilha e a taxa de natalidade é muito baixa.
A nível da saúde, os presentes clamaram por “uma melhoria” das condições da Delegacia de Saúde, ao invés de as autoridades estarem a “prometer” um hospital, pois, conforme os mesmos, todos querem o melhor para a ilha e todos reconhecem as suas potencialidades. “Sempre é a mesma coisa, entra e sai Governo, a ilha continua com as suas carências em todos os sectores”, consideraram.
A água é uma outra questão que está a preocupar a população bravense, tendo alertado que uma dessalinizadora na ilha é uma “necessidade urgente, pois com este bem precioso, origina-se mais postos de trabalho em diversas áreas e melhorando as condições de vida das pessoas”.
O problema de transporte e do isolamento, conforme avançaram, já é do conhecimento de todos e estão a aguardar que com esta resolução comecem a ser dados os primeiros passos para o desenvolvimento nos diversos outros sectores e da ilha em si.
Colocadas estas preocupações, o presidente da Assembleia Nacional, reconheceu que estes factos são de extrema necessidade para a ilha, corroborando da mesma opinião que a Brava precisa de uma delegação da rádio e da televisão públicas, existente em todas as outras ilhas, pois, é de direito e as pessoas estão reivindicando em todas as localidades, acrescentando que é “uma necessidade que tem de ser atendida”.
Por outro lado, ainda no quesito da comunicação, adiantou que existem as iniciativas privadas, em relação a uma rádio comunitária, onde já existe um projecto, que já foi apresentado a nível das instâncias superiores, que está sendo analisado há já dois anos e que é preciso ter uma resposta.
A nível do tecido empresarial, segundo Jorge Santos, a sensação e o sentimento transmitido é que existe muita vontade por parte da classe, mas é “preciso estimular e criar as condições necessárias” para que a Brava possa ser cada vez mais desenvolvida.
Já na questão das melhorias das condições da saúde, salientou que alguns passos já estão sendo dados, para o funcionamento de uma sala de RX, melhorias no laboratório, entre outros investimentos, para que a situação seja melhorada aos poucos.
Sobre a melhoria nos transportes, falou das ligações marítimas que “têm vindo a ser melhoradas”, mas também, comentou sobre a aquisição das duas aeronaves para acudir casos de emergências na ilha Brava e de Santo Antão, lembrando que, muitas vezes, mesmo com meios aéreos, certas acções dependem muito das condições da natureza. Não obstante as aeronaves, lembrou-lhes dos equipamentos que estão instalados em Favatal, para estudos sobre a possibilidade de construir um aeroporto nesta localidade.
MC/ZS
Inforpress/Fim