Brava: População bravense “revoltada” com frequente ruptura de ‘stock’ de gás butano

A população bravense encontra-se “revoltada” com a frequente ruptura do ‘stock’ de gás, principalmente da Shell, que tem sido algo recorrente na ilha Brava desde o início do ano 2020.

Dec 15, 2020 - 03:45
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Brava: População bravense “revoltada” com frequente ruptura de ‘stock’ de gás butano

A população bravense encontra-se “revoltada” com a frequente ruptura do ‘stock’ de gás, principalmente da Shell, que tem sido algo recorrente na ilha Brava desde o início do ano 2020.

Esta ruptura de gás tem estado a afectar não só o dia-a-dia das donas de casa, mas também tem dificultado o funcionamento dos serviços de restauração e mesmo algumas instituições que temem ficar sem gás antes da chegada deste produto na Shell.

Neste momento, na ilha há gás somente da Enacol e há previsão da chegada de um reforço do ‘stock’ no próximo dia 17, enquanto em relação ao produto da Shell já lá vão mais de 20 dias que não há gás e sem previsão de chegada.

Em declarações à Inforpress, Ana Lobo realçou que desde o início do ano tem vindo a enfrentar constrangimentos com a aquisição de gás da Shell, pois reside numa zona distante da Vila de Nova Sintra e quando o gás chega muitas vezes, já não encontra no outro dia.

“Temos tido problema com gás porque tem vindo em pouca quantidade e ao chegar na ilha o stock que enviam termina rápido”, disse a mesma fonte, apelando a quem de direito para “analisar esta situação” porque a ilha “é sempre a mais prejudicada” neste sentido.

Ainda, segundo esta dona de casa, o que lhe parece estranho é o itinerário do barco da Shell que tem na sua agenda uma viagem agendada para a ilha do Fogo, mas para a Brava antes do Natal não há viagens agendadas.

“Nos sensibilizam para não acumular taras em casa, mas não nos deixam alternativas porque quando o gás seca e não há ‘stock’ na ilha não temos opções para o plano B a não ser ir à lenha”, lamenta Ana Lobo.

Igualmente, Cátia Delgado, responsável de um estabelecimento de restauração avançou que ela é cliente da Shell e tem enfrentando várias dificuldades com o ‘stock’, pois quer seguir o exemplo de não acumular taras no local de trabalho ou em casa, mas que a empresa não lhes dá outra alternativa.

Neste momento, sublinhou que tem somente uma garrafa em uso e caso ela secar não há o que fazer, a não ser cruzar os braços até que a Shell receba gás.

“Tendo em conta a situação que o País vive devido à pandemia da covid-19 temos lutado para manter os poucos clientes que nos resta, mas muitas vezes enfrentamos dificuldades que ultrapassam a nossa capacidade de resolver, como a falta de gás na Shell”, apontou.

Segundo esta responsável, ou têm de acumular garrafas, ou então têm de abandonar a Shell e voltar clientes da Enacol que satisfaz a necessidade dos clientes em relação a este produto com maior frequência.

Ainda hoje, o administrador da Delegacia de Saúde da Brava entrou em contacto com a Inforpress expondo a sua preocupação com a ruptura do ‘stock’, pois segundo o mesmo, a delegacia é cliente da Shell e todas as vezes que o gás chega à ilha enche duas taras, mas neste momento uma já se encontra seca e a outra provavelmente não aguenta esta semana.

Daí, Ernesto Machado demonstrou-se apreensivo, tendo em conta o número de pacientes que possuem internados e a responsabilidade que detém para com estes.

Quem manifestou também a sua preocupação perante a recorrente ruptura de ‘stock’ do gás da Shell é o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, apelando a uma reposição do ‘stock’  deste “bem de primeira necessidade”, o mais breve possível.

Segundo a mesma fonte, já sofreu na pele com esta situação, embora conforme acentuou, teve como comprar na Enacol, mas lembrou que nem todos os clientes da Shell possuem taras da outra empresa.

A Inforpress contactou a Vivo Energy Cabo Verde, empresa que comercializa produtos e serviços da marca Shell em Cabo Verde, para solicitar alguns esclarecimentos, mas até ao momento não obteve resposta.