Brava: População de Cachaço preocupada com escassez de água
A crise de água afecta, há mais dois meses, a sobrevivência do povoado de Cachaço e a criação dos seus animais dia após dia, colocando em causa o “sustento e a sustentabilidade das famílias”.
A crise de água afecta, há mais dois meses, a sobrevivência do povoado de Cachaço e a criação dos seus animais dia após dia, colocando em causa o “sustento e a sustentabilidade das famílias”.
Há cerca de duas semanas, moradores de Cachaço procuraram à Inforpress, demonstrando a sua “revoltada” perante a Empresa Intermunicipal Águabrava, que “já havia três semanas não lhes disponibilizava água”, originando “consequências graves”.
Entretanto, desde esta altura, a solução não apareceu, segundo os moradores da zona, que dizem virar “noites e madrugadas” aos pés das torneiras, aguardando que o bem “tão precioso” chegue as suas torneiras.
Júlio Miranda, em declarações à Inforpress, em nome da população e dos pastores da localidade, contou que logo depois de terem denunciado a situação à comunicação social, conseguiram alguns litros de água, mas da data até agora, as torneiras voltaram-se a ficar secas.
Até que segundo o mesmo, na noite de quinta-feira, algumas casas conseguiram alguns litros de água, mas, “não foi muita coisa”, porque, além de ter sido por pouco tempo, às zonas mais altas não tiveram esta sorte.
Assim, questionado com estão vivendo e a situação do gado, o porta-voz salientou que para os animais, recorrem a uma cisterna que fica cerca de uma hora longe deste povoado, mas a solução é esta ou então, deslocam-se até outras zonas, como Tomé Barrás, para comprarem água nos conhecidos.
Pois, conforme o mesmo, antes conseguiam comprar um autotanque de duas toneladas por mil e poucos escudos, o que estava ajudando e muito, mas agora, o preço do autotanque duplicou e numa zona que “depende da agricultura de sequeiro, criação de gado”, nesta época não há “bolso que aguente”, por mais que seja a penúria.
Ainda, Júlio Miranda foi mais longe, dizendo que nem os dirigentes da empresa e nem outros responsáveis pelo bem-estar social dirigem à zona para se inteirarem da situação.
Os animais nesta zona andam à solta, mas, com a sede que lhes atormenta, estão acampando à frente das residências, à procura de água.
Com a falta de água, falta de pasto, este pastor, assim como os outros da zona temem pelo ganha-pão e para completar, a mesma fonte contou que estão sendo também atormentados pelos cães vadios, atacando as suas criações.
Contactado, o responsável da Águabrava na ilha, Jandir Fernandes, explicou que existem registos nos contadores que demonstram a distribuição da água para a localidade de Cachaço duas vezes por semana, mas que a quantidade distribuída, depende do ‘stock’ disponível, pois, conforme afirmou “todos sabem que a Brava está com dificuldades na produção suficiente de água potável para distribuição”.
Em relação ao preço do autotanque, o dirigente salientou que a empresa não possui autotanque, mas sim, dispõe de uma “boca de água”, que vendem ao mesmo preço da água canalizada, mas o autotanque é da delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA).
MC/CP
Inforpress/Fim