Brava: População de Cachaço sensibilizada sobre a epidemiologia do VIH/Sida
A Delegacia de Saúde da ilha Brava, em parceria com a Comissão Regional de Parceiros, ministrou uma palestra na localidade de Cachaço, fazendo uma sensibilização sobre os dados do VIH/Sida a nível nacional e da ilha.
A Delegacia de Saúde da ilha Brava, em parceria com a Comissão Regional de Parceiros, ministrou uma palestra na localidade de Cachaço, fazendo uma sensibilização sobre os dados do VIH/Sida a nível nacional e da ilha.
Adilson Bango, psicólogo clínico e técnico da Delegacia de Saúde e palestrante, iniciou a sua comunicação falando do vírus em si, da forma como actua, os sintomas e tratamentos existentes.
O mesmo disse aos presentes que não iria falar dos meios de transmissão, pois, todos sabem de “coro e salteado”.
Portanto, partiu para a apresentação dos dados nacionais desde 1986 a 2004, explicando minuciosamente e de uma forma bem clara, cada dado, chamando a atenção no facto de cerca de 90% dos casos serem transmitidos através da relação sexual.
Segundo a fonte, esta situação deve-se ao facto da sociedade cabo-vediana não possuir uma cultura de educação sexual, pois esta é tratada como um “tabu”.
“Os pais não alertam os filhos, não conversam com eles sobre a sexualidade, fingem que os filhos não sabem ou não fazem sexo, em vez de explicar-lhes as consequências do acto sem a devida protecção”, salientou Bango.
Ainda, no quadro do aumento dos casos que têm sido registados anualmente, Bango explicou que isto também deve-se às melhorias na questão do diagnóstico, mas, acredita que não é só isso.
Até porque, de acordo com o mesmo, “houve avanços nos meios de diagnósticos, mas não foram adoptados mecanismos educativos e nem programas a nível da educação para diminuir os casos”.
Outro facto que mereceu a atenção do técnico, e sobre o qual pediu para que a plateia reflectisse, é o porquê das mulheres representarem maior número no quadro de pessoas infectadas.
No caso concreto da ilha Brava, Bango apresentou dados registados em 2017 e 2018, fazendo uma breve análise dos mesmos.
Em 2017, a delegacia findou o ano com 53 casos, tendo no ano registado 4 novos, sendo maioria na camada feminina, numa faixa etária entre os 25 a 49 anos.
Já em 2018, algo que “preocupa” o técnico é que os casos aumentaram para 60, ou seja, mais sete do que o ano anterior, embora um destes tenha vindo transferido.
No final da apresentação, Bango partilhou a sua preocupação com os pais e encarregados da educação, pelo facto, da camada mais vulnerável neste momento ser os jovens na faixa etária dos 15 aos 19 anos.
Tendo em conta o cenário, a mesma fonte pediu a todos que apostem na prevenção e que estejam mais próximo dos filhos, quebrando tabus e sendo mais abertos com os mesmos.
Com o aumento dos casos, a delegacia tem vindo a trabalhar com o liceu, onde os alunos realizam oficinas, com diversos temas relacionados com o VIH/Sida.
MC/ZS