Brava: Presidente da câmara considera “legítimas” reclamações e reivindicações da comunidade de Baleia
O presidente da Câmara Municipal da Brava considerou hoje legítimas as reclamações e reivindicações da população de Baleia, que clamam por uma maior atenção do Governo e das entidades locais na resolução dos seus problemas.
O presidente da Câmara Municipal da Brava considerou hoje legítimas as reclamações e reivindicações da população de Baleia, que clamam por uma maior atenção do Governo e das entidades locais na resolução dos seus problemas.
Diante das reclamações dos moradores de Baleia, clamando por melhores condições na via de acesso, melhorias na rede móvel, iluminação pública, água, emprego público, entre outras reivindicações, a Inforpress contactou o autarca que disse ter conhecimento destas reivindicações e que as considera “legítimas”.
Francisco Tavares realçou que esta localidade é a única, na Brava, que não tem acesso automóvel e que ao longo dos últimos anos tem sofrido uma diminuição considerável da sua população, muitas vezes de famílias inteiras para os Estados Unidos, e, por causa das dificuldades desta zona, muita juventude tem procurado outras aldeias e até outras ilhas para viverem.
Quanto à questão da iluminação pública, destacou que já tinha conhecimento e transmitiu essa preocupação ao responsável da Electra na Brava, mas que pelos vistos, a situação não foi resolvida, reforçando que em toda a ilha, tem verificado a iluminação pública de uma “injecção” considerável de novos pontos de iluminação porque tem tido várias lâmpadas e postos que já não estão a funcionar e a substituição não tem vindo a acontecer ou tem estado a acontecer lentamente.
Sobre a rede móvel, explicou que é uma questão que tem a ver com a empresa que opera nesse sentido e que a câmara municipal fez a solicitação à empresa, mas esta possui as suas políticas de investimento, e, muitas vezes, tem de justificar investimentos muito grandes e fortes para que o sinal chegue a essa localidade, mas que até então não teve nenhuma resposta.
A nível da água, evidenciou que há um camião cisterna para trazer água e colocar directamente no reservatório que abastece esta localidade, comprometendo-se a informar juntamente da Empresa Intermunicipal de Águas, Águabrava, o que está a acontecer, ressaltando que o problema de água é de todas as localidades porque a nascente está a oferecer pouca quantidade de água em relação a àquilo que é o consumo humano necessário para a Brava.
Entretanto, reconheceu que esta localidade sofre mais, tendo em conta que não há acesso automóvel e a localidade mais próxima com estrada fica a três quilómetros da zona.
Em relação ao emprego público, sublinhou que dentro das possibilidades da câmara municipal é a zona que mais abre frentes de trabalho com a população desta localidade, dois a três vezes ao ano, com uma duração média de dois meses.
“É pouco porque um ano tem 12 meses e a localidade carece de vários apoios e a melhor forma de apoiar seria com emprego público, mas a conjuntura que se vive a nível nacional e mesmo internacional não está a permitir à autarquia ter recursos disponíveis para o pagamento da mão-de-obra para ter mais meses de trabalho para a população”, justificou, realçando que nos anos anteriores, antes da pandemia da covid-19 abria-se mais frentes de trabalho.
Mas, sobre a possibilidade da construção de uma estrada disse que tem de ser claro de que não está a ver essa possibilidade, e se em outros tempos alguém prometeu a estrada é algo que ele não faz porque é uma localidade com cada vez menos pessoas e as potencialidades económicas da localidade não justificam.
Entretanto, enfatizou que, para melhorar as suas condições, é projecto da câmara municipal fazer o calcetamento do caminho que liga Mato Grande à Baleia, e ver juntamente da Electra formas de melhorar a iluminação pública para minimizar aquilo que é uma realidade estrutural dessa localidade.