Brava: Presidente da câmara disse “corroborar a 100%” com reivindicações dos bravenses
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, participou na manifestação organizada pelos bravenses e garantiu que corrobora a 100 por cento (%) com as suas reivindicações, visto que estas têm “toda a propriedade”.
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, participou na manifestação organizada pelos bravenses e garantiu que corrobora a 100 por cento (%) com as suas reivindicações, visto que estas têm “toda a propriedade”.
Segundo o autarca, “é inegável” que as condições de prestação de cuidados de saúde da ilha precisam de serem vistas e analisadas “com outros olhos” e que medidas “sejam efectivamente tomadas, para que haja mais melhorias” e permitir que a população bravense possa receber os cuidados de saúde “em pé de igualdade com outros cabo-verdianos de outras ilhas”.
Francisco Tavares mostrou-se “consciente das delimitações do país e da ilha em si”, mas as condições mínimas e básicas “têm de ser garantidas”.
Daí declarou que “corrobora a 100 %” com as reivindicações da população, porque, enquanto presidente da câmara municipal, ao analisar um conjunto “muito grande de solicitações de apoio social” à câmara para custear as passagens de deslocações para a ilha do Fogo, para consultas de especialidades, tal demonstra que os técnicos de saúde na Brava “não disponham de materiais suficientes para realizar condignamente e acudirem um maior número de casos aos utentes”.
Em relação aos transportes, o autarca demonstrou a sua preocupação, adiantando que no seu regresso das férias esteve reunido com a administração da Cabo Verde Fast Ferry, que apresentou as suas razões “basicamente financeiras e de sustentabilidade” da própria empresa, o que implica, ajuntou, a procura de outros destinos e outras receitas.
Nos seus últimos oito anos, precisou, há “um acumular de dívidas que está a perigar gravemente a existência da empresa”, explicou Francisco Tavares.
Entretanto, o mesmo adiantou que a população da Brava é que “não pode e não deve” ficar a mercê da boa sorte, já que o novo calendário da companhia implica três dias em que o barco não pernoita na ilha e apresenta uma “diminuição considerável” do número de horas que o barco permanece na ilha ao longo da semana, em relação à escala anterior.
“Mantêm-se as cinco viagens semanais, três com ligações à cidade capital e duas com a ilha do Fogo, mas as pernoitas e o tempo que o barco permanece na ilha, que dá a garantia de necessidade de evacuação para a ilha do Fogo vai diminuir drasticamente”, considerou o autarca.
A fonte adiantou que já conversou com alguns membros do Governo, mesmo que “extra-oficial”, salientando que na próxima semana irá fazê-lo por escrito, manifestando a sua preocupação e “apelar” ao Governo que outras soluções sejam encontradas.
“Se realmente a CV Fast Ferry tiver que manter o novo calendário que propõe, então o Governo terá de procurar outras soluções que podem passar pela colocação na ilha de um dos navios da Guarda Costeira que estão em São Vicente, e também possuem condições para evacuações médicas”, sugeriu.
Francisco Tavares afirmou que esta “possível solução” implica custos para manter a tripulação na ilha, mas o certo é que a população da Brava “merece sentir-se tratada em pé de igualdade com as outras ilhas”, principalmente, sustentou, na questão dos cuidados de saúde, e ter “alguma tranquilidade” em saber que existe uma possibilidade de transporte de ligação Brava – Fogo, se acontecer algum problema.
Sobre melhorias ou aquisição de equipamentos para a Delegacia de Saúde, salientou que soube através do delegado de saúde da ilha que brevemente terão o serviço de Raio X a funcionar, estando já os equipamentos na ilha, e que a sala já está preparada, faltando somente técnicos para que o serviço comece a ser operacional.
Disse ainda que a delegacia recebeu alguns materiais para o serviço de estomatologia, o que “facilita” o trabalho dos especialistas que visitam a ilha Brava, “permitindo-lhes cuidar mais e melhor dos pacientes cá e diminuir significativamente” o número de deslocações à ilha do Fogo para Raio X e para consultas de especialidades, principalmente de estomatologia.