Brava: Presidente da câmara municipal agastado com frequentes cortes de energia e pede celeridade do Governo nas medidas

Segundo o autarca, já lá vão quinze dias que a Brava está a viver “uma situação muito delicada”, com cortes de energia eléctrica permanentes e frequentes nas diversas localidades, principalmente no horário de pico, entre as 18h30 e as 23h30.

Esta situação, conforme o autarca, ficou agravada no último fim de semana, reforçando que até mesmo a residência do presidente e toda a localidade estiveram sem energia eléctrica por mais de 17 horas, reclamações estas que se estendem a todas as outras zonas da ilha.

O edil recordou que, caso não haja energia eléctrica, também não haverá água na Brava porque a bombagem é feita completamente por energia eléctrica, evidenciando que a água já começou a faltar nas torneiras dos bravenses.

Diante desta situação, disse que se deslocou à Central Eléctrica na localidade de Favatal e constatou que a situação é “grave”, justificando que das quatro máquinas nesta central, apenas duas estão a funcionar e as duas juntas não estão a produzir 75 por cento (%) da quantidade de energia necessária para abastecer a ilha nos horários de pico e para a bombagem de água.

Francisco Tavares ressaltou que, nesta visita, constatou que as duas máquinas em funcionamento já estão com quase 15 dias em funcionamento e estão a dar sinais de que podem sofrer alguma avaria a qualquer momento.

É neste sentido que diz estar “agastado” visto que não foram tomadas medidas atempadamente, tendo em conta que, em Dezembro de 2022, a situação foi semelhante e a ilha acabou por conviver quase todo o mês com cortes de energia eléctrica.

“O problema já foi identificado há vários anos e a solução é a aquisição de um grupo gerador novo com capacidade para superar o pico de consumo de electricidade que é a volta de 600 kilowatt-hora (kWh).

“Volvidos quase 10 meses não foram arranjadas soluções e têm sido sempre tomadas medidas paliativas”, sustentou o autarca, reforçando que se têm limitado a concertar os geradores e agora está-se a ver o resultado dos “txapa-txapa” estando a ilha a correr o risco de ficar totalmente sem energia.

Tavares acentuou que “é necessário que o Ministério da Energia, conjuntamente com a Electra, avancem com celeridade para a aquisição deste grupo gerador para a ilha Brava”, reforçando que “toda a ilha está prejudicada com a falta de energia, falta de água e que, claramente, prejudica a frágil economia da ilha”.

O presidente da câmara deixou claro que a sua “indignação já é grande”, justificando que, devido a precariedade e vulnerabilidade dos grupos geradores em funcionamento, estes podem avariar a qualquer momento por causa do desgaste e anos de serviço o que já é do conhecimento do Governo e da Electra há vários anos, mas que medidas não estão a ser tomadas.