Brava: Presidente da Câmara Municipal da Brava garante que ligação automóvel para Fajã d´Água será retomada brevemente
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, anunciou hoje que a ligação automóvel para Fajã d´Água será retomada dentro de um ou dois dias.
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, anunciou hoje que a ligação automóvel para Fajã d´Água será retomada dentro de um ou dois dias.
O autarca fez este anúncio em declarações à imprensa, após um encontro com os moradores da localidade de Fajã d´Água, que desde 21 de Janeiro se encontra isolada após uma derrocada que levou parte da estrada.
Segundo a mesma fonte, a retoma das ligações automóveis vai resolver algumas questões na comunidade, como a reposição da normalidade do transporte escolar dos alunos, abastecimento do comércio, mas também a questão que a falta de estrada estava a restringir a quantidade de visitantes à Fajã d´Água e a sua economia estava totalmente estagnada nos últimos dois meses devido ao corte da via.
“Serão criadas as condições ideais para que tenha acesso automóvel à localidade e de seguida será dado a continuidade aos trabalhos para depois ter novamente a estrada com todas as características necessárias e segurança para ultrapassar às dificuldades”, indicou o edil.
Quanto às reclamações da ausência da máquina no terreno, Francisco Tavares explicou que na verdade a máquina estava na outra parte para tentar fazer o acesso à parte de cima onde houve a derrocada, com o intuito de fazer toda a limpeza e também a criação e tratamento de taludes para dar mais segurança.
Mas, passando dois meses, destacou que ficou claro que não haverá para breve uma nova derrocada, daí se iniciou a intervenção no enchimento da ribeira, reconhecendo o esforço da Estradas de Cabo Verde, do Governo e da empresa que está a efectuar as obras, para a reposição da ligação automóvel.
Sobre a reunião com os moradores, considerou-a como sendo esclarecedora, realçando que há alguns aspectos que tem de colaborar com a população, mas o que se pode dizer é que a vez de Fajã d´Água vai chegar já.
Neste aspecto, falou do projecto que une o Fundo de Turismo e do Ambiente que vai ser feito o lançamento brevemente, onde está incluído um conjunto de intervenções grandes para transformar essa zona na aldeia turística rural da Brava e acaba por resolver, quase que totalmente, as reivindicações da população e dar uma visão diferente e transformadora desse ponto turístico de maior atracção na Brava.
Evidenciou que será apresentado o projecto com a presença do ministro do Turismo, um projecto que vai trabalhar em intervenções na orla marítima, todo o envolvente das piscinas naturais e caminhos vicinais que dão acesso à localidade, intervenções em casa das pessoas para que todas passem a ter condições de saneamento, requalificação da praceta em homenagem aos naufragados no navio Matilde, entre outras intervenções que permitem apresentar Fajã d´Água como uma aldeia turística muito atractiva.
Da parte dos moradores, João da Luz explicou que convocaram o autarca para esse encontro porque no próximo dia 21, completam-se dois meses que a via está fechada, e como a máquina a cada dia se apresentavam num local estavam totalmente sem nenhuma informação concreta do que se estava a passar, sendo necessário ter uma resposta das entidades competentes.
Segundo este morador, depois da derrocada a vida em Fajã d´Água não está a ser fácil, principalmente para os pequenos negócios que dependiam dos visitantes e neste momento estão quase todos encerrados, acreditando que estão a passar por algumas necessidades extremas, defendendo que a câmara municipal ou Governo deveria subsidiar essas pessoas com algum valor monetário assim como foi feito na época da pandemia.
Mas também queixou que houve um abandono da localidade muito antes desse episódio, tendo em conta que a localidade não se desenvolveu em nenhum aspecto, a não ser a escada de acesso às piscinas naturais e agora querem que seja feita alguma coisa que valorize a zona considerada uma zona turística.
Eugénia Tavares, é outra moradora de Fajã d´Água, numa aldeia um pouco mais distantes, Esparadinha, realçou que as dificuldades são várias, porque para sair de casa e chegar até onde o carro alcança é muito caminho, faz uma compra em Nova Sintra tem de pagar mil escudos de transporte, para carregá-la do local onde há acesso de viatura até a própria zona de Fajã d´Água, paga 200 escudos cada volta e de Fajã até Esparadinha mais 300 escudos, uma situação que lhes tem dificultado muito a vida nestes últimos dois meses.
Já, João Andrade é responsável por um espaço bar e restaurante na localidade de Esparadinha que se encontra “às moscas”, pois segundo a mesma fonte o seu estabelecimento fica um pouco distante de onde há acesso a estrada o que levou a paralisação do negócio que é o único meio de rendimento e sustento para a família.
O anúncio da retoma da ligação automóvel para a localidade trouxe algum “alento” aos moradores que têm a esperança de dias melhores, mas que não abrem mão de ser pensada uma outra via alternativa.