Brava: Presidente do grupo teatral os Trapalhões lamenta o facto de estarem ainda sem registo
O dirigente do grupo teatral os Trapalhões lamenta o facto de não estarem registados e nem serem conhecidos em outras ilhas, visto que estão há mais de 20 anos a trabalhar na área.
O dirigente do grupo teatral os Trapalhões lamenta o facto de não estarem registados e nem serem conhecidos em outras ilhas, visto que estão há mais de 20 anos a trabalhar na área.
Este grupo teatral, conforme contou o seu presidente, Igualdino da Lomba, mais conhecido por Tino, foi criado em 1991 com 12 elementos, inspirado no programa brasileiro Cidade Alerta, e no espanhol, língua esta que é utilizada nas suas peças, além do crioulo e o português.
Mesmo com poucos recursos e falta de apoios, tem vindo a realizar peças teatrais sobre a realidade cabo-verdiana, ou então trabalham de uma forma prevendo acontecimentos e alertando os amantes do teatro para os “perigos” do mundo, em que se está a viver.
Além da Brava, revelou que a única ilha que conhecia o trabalho do grupo era a vizinha ilha do Fogo, para onde se deslocaram com os seus próprios meios.
Ultimamente, tiveram a oportunidade de participar na II edição do Festival de Teatro do Atlântico, realizado na Praia, facto “louvável”, para Tino e o grupo, tendo em conta a experiência que adquiriram. Mesmo assim, sentem-se “despromovidos” em relação a outros grupos criados há menos tempo e que não só são conhecidos, como já estão registados.
Tino questiona o porquê de não conseguirem apoios para a divulgação, visto que, por iniciativa própria e com meios precários gravaram um vídeo que fez um “tremendo sucesso” nas redes sociais e são “acarinhados” por toda a comunidade bravense e pelos foguenses que já os assistiram.
O grupo já tem oito peças teatrais, das quais Tino destacou a que retrata a fome de 1942, tendo o grupo recolhido informações junto de pessoas mais idosas que viveram na época, fizeram a peça e agora, por onde passam, estão demonstrando o público as “peripécias” que a vida tem pregado à população cabo-verdiana.
Outra peça do grupo, que é sempre apresentado é o Destino de uma Noiva, que segundo Tino, é um facto que se constata sempre, principalmente quando vem um emigrante e, sem conhecer a pessoa, ele pede a moça em casamento e os pais aceitam porque veio do exterior e tem a possibilidade de dar uma vida melhor à mulher e à família.
Tino disse ainda sempre que procuram apoios na câmara municipal para a oficialização prometem apoiá-los, principalmente com o estatuto, que é o mais “complicado”, mas até agora nada. E, exteriorizou, sentem-se prejudicados porque a falta de oficialização impede-os de encontrar parceiros.
“Sem parceria não é possível aguentar e nós já caímos algumas vezes. Mas por amor ao teatro e ao que fazemos, sempre lutei para reerguer o grupo de novo”, salientou.
Contactada, a vereadora responsável pela área da Cultura, Edna Andrade, adiantou que já tem conhecimento do caso e que está a trabalhar na tentativa de informar quais os passos necessários para apoiar o grupo.
MC/ZS
Inforpress/Fim