Brava: Projecto SSSL quer motivar a sociedade a ganhar o gosto pela arte – director
O director do Festival Sete Sóis Sete Luas, Marco Abbondanza, considera que o intercâmbio cultural que tem havido entre os artistas bravenses e do mundo fora e as diversas actividades realizadas na ilha darão frutos mas tarde.
O director do Festival Sete Sóis Sete Luas, Marco Abbondanza, considera que o intercâmbio cultural que tem havido entre os artistas bravenses e do mundo fora e as diversas actividades realizadas na ilha darão frutos mas tarde.
O responsável fez estas considerações à Inforpress no âmbito de uma exposição criada para festejar os 20 anos do FSSSL em Cabo Verde, que encontra-se patente na Brava e que tem de percorrer todos os cinco centruns do país, ficando somente Fogo e Maio.
Segundo este dirigente, o FSSSL nasceu na Ribeira Grande em Santo Antão, e a exposição é justamente sobre alguns artigos desde a sua origem no país e agora que o festival já alargou para mais ilhas e este ano, a expectativa é levá-lo até Ribeira Brava, na ilha de São Nicolau.
Conforme explicou, a exposição é “importante”, na medida que mostra um percurso vasto de alguns artistas e onde se pode visitar momentos “marcantes” do SSSL em Cabo Verde, como o em que o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, foi o presidente honorário do SSSL.
Além do facto evidenciado, salientou que na exposição, é visível também o trabalho feito pelo SSSL na internacionalização dos artistas e músicos cabo-verdianos, destacando o primeiro concerto da Cesária Évora na Itália em 1995, do Bana na Espanha em 2996, da Mayra Andrade em Portugal e Itália, a banda Sete Sóis de Santo Antão e o prémio recebido do banco da Granada para construir o centrum em Ribeira Grande de Santo Antão.
A ideia desta exposição como realçou, é dar um pouco a “noção da história do projecto, raízes, ligações profundas com Cabo Verde, o trabalho realizado e o que vai ser feito ainda”, até porque, conforme enfatizou não é uma programação espontânea, mas algo muito estruturante.
Marco Abbondanza destacou a importância das parcerias que o projecto tem recebido, como é o caso da parceria existente com o Presidente da República de Cabo Verde, que considerou como sendo fundamental, tendo em conta o “empenho” que o mesmo tem demonstrado para manter a vitalidade do projecto no país e do centrum da Brava, além da parceria e do empenho apresentado pelo presidente da Câmara Municipal da Brava.
Também, falou da parceria com a embaixada de Luxemburgo em Cabo Verde que permitiu a vinda do ‘Street artist Panton’ à ilha Brava, que fez uma obra na rua pedonal de Furna, descrito como sendo um artista “conceituado”, e que segundo o director, realizou a obra mais alta de ‘street artist ‘da Europa, onde fez uma torre de 70 metros em Paris e outras obras emblemáticas, assim como, uma intervenção na ponte de Paris, onde se costumava colocar os cadeados dos namorados.
A União Europeia tem apoiado o projecto, tendo financiado a reabilitação do centrum na Brava, apoios na área de som, cinema, e formação dos músicos.
Para Marco Abbondanza, “toda esta oferta cultural, mais cedo ou mais ou tarde, poderá dar um resultado importante, motivando os jovens a seguir o caminho artístico ou que possa servi-los como complemento para a sua formação”.
O que pretende-se é ter na ilha sempre uma “dinâmica interessante” e, com isso, a Brava envia e apresenta a sua cultura a nível internacional, tendo já agendado para a Brava Sete Luas Band sete diferentes concertos no mês de Setembro, em Portugal, nas cidades do FSSL. Também o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, convidou a banda para actuar no Palácio de Belém, no dia 05 de Setembro.
A ilha tem recebido uma oferta cultural “regular, permanente e diversificada”, trazendo vários artistas, muitos músicos de diferentes culturas, ‘street art’, residências de pintores que realizam laboratórios de pintura nas escolas, como forma de motivar para a arte e vê-la com algo fundamental para o crescimento e desenvolvimento das crianças e jovens, com o intuito de criar um público e mantendo-lhes motivados para a arte.
O FSSL também tem uma dinâmica de cooperação, onde foram disponibilizados 120 vestidos por parte da Universidade Sénior de Castro Verde, Portugal, que já foram entregues às crianças dos jardins infantis na Brava, no âmbito do projecto costura solidária.