Brava: Psicóloga apela pais a aceitarem as diferenças dos filhos para que possam desenvolver em diferentes níveis
A psicóloga clínica da Equipa de Apoio à Educação Inclusiva na Brava, Ivalena Sanches, apela aos pais das crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE), que aceitem as diferenças, para que os filhos possam desenvolver nos diferentes níveis.
A psicóloga clínica da Equipa de Apoio à Educação Inclusiva na Brava, Ivalena Sanches, apela aos pais das crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE), que aceitem as diferenças, para que os filhos possam desenvolver nos diferentes níveis.
Em declarações à Inforpress, a psicóloga falou da importância do pai no acompanhamento da criança com NEE, sendo que este é vista pela criança como sendo “um modelo de protecção, de amparo e um modelo de qualidade, que vai servir para a construção da identidade da criança”.
Daí, acrescentou, que é necessário que o pai transmite a auto-estima e fazer com que a criança possa sentir acolhida e em segurança, pois isso é uma forma dela saber criar habilidades para interagir com o mundo e estas mesmas habilidades vão ajudar a criança a explorar o mundo, porque logo no início, a criança é muito ligada a mãe que possui um instinto de sob protecção, por vezes um pouco exagerado, acabando por prejudicar o desenvolvimento da criança.
É nesta parte que, segundo a psicóloga, o pai surge com o papel “fundamental”, ajudando a criança a ter contacto com o mundo exterior, criando maturidade e estratégias, para poder relacionar com este mundo.
Também, o pai apoia a criança no seu desenvolvimento emocional positivo de qualidade, no desenvolvimento cognitivo, psicológico e nos processos de aprendizagens.
Mas também, Ivalena Sanches chamou a atenção dos pais, no sentido de aceitarem as crianças, quando estas possuem NEE, porque a falta de aceitação e a rejeição são as maiores dificuldades enfrentadas pela equipa.
“É necessário aceitar as diferenças, e contribuir para que o filho desenvolva nos diferentes níveis”, salientou.
Normalmente, conforme avançou a psicóloga, no processo de acompanhamento das crianças à sala de recursos, ou a diversas outras actividades que o grupo realiza, na maioria, contam com a presença das mães e os pais aparecem com muita dificuldade e raras vezes mesmo.
Entretanto, sempre vêm fazendo o processo de sensibilização no sentido do acompanhamento destas crianças, para que os pais possam ter a consciência de todo o processo e para poderem apoiar as crianças no processo de inclusão educativa.
“Desde o início temos tido muita dificuldade com a falta de acolhimento por parte do pai, e é pouca a sua participação neste processo”, disse a psicóloga ajuntando que é necessário que o pai tenha a consciência que o seu apoio é “essencial” para o desenvolvimento da criança, transmitindo-a segurança e o apoio apropriado.
Com a aceitação por parte dos pais, Ivalena Sanches ressalta que é forma de desconstruir e destruir o estigma e o preconceito existente em torno das crianças com NEE, porque tudo isso começa dentro de casa dificultando a aceitação na própria sociedade.
Para acabar com este preconceito e o estigma, é preciso ajudar a criança, fazendo com que ela se sinta importante, o quanto que ela possui qualidade e potencialidade e o quanto de bom possui para dar e mostrar ao mundo, mesmo com a determinada limitação, aconselha a psicóloga.
Com as sessões de sensibilização, que é um trabalho “bem profundo”, Ivalena Sanches adiantou que já estão tendo algum resultado positivo, mas ainda “é necessário fazer muito mais” para que os pais se sentem totalmente capazes de aceitar e apoiar as crianças em todos os sentidos.
MC/CP
Inforpress/Fim