Brava: Reaberta estrada de Fajã d´Água cortada desde o mês de Janeiro devido a derrocada
A ligação automóvel para a localidade de Fajã d´Água já foi retomada para o alívio desta comunidade que tenciona retomar “paulatinamente” as suas actividades, após dois meses de isolamento.
A ligação automóvel para a localidade de Fajã d´Água já foi retomada para o alívio desta comunidade que tenciona retomar “paulatinamente” as suas actividades, após dois meses de isolamento.
A localidade estava completamente isolada desde o passado dia 21 de Janeiro, na sequência de uma derrocada que levou consigo parte da estrada, tendo sido construído logo depois, em alternativa, um caminho vicinal para a circulação das pessoas dessa localidade e para os poucos visitantes que mesmo após o isolamento visitavam a zona.
Em declarações à Inforpress, Andreia Delgado, residente em Esparadinha, aldeia mais distante de Fajã com acesso à estrada, congratulou-se com a reabertura do troço de estrada, realçando que o percurso estava a ficar um pouco difícil e desgastante para as crianças que faziam este percurso todos os dias para assistir às aulas em Cova Rodela ou Nova Sintra.
Não obstante a este facto, diz ter ficado feliz porque vai também facilitar a vida dos moradores na aquisição dos produtos alimentícios que, segundo a mesma, só estavam disponíveis em duas lojas e vendidos a um preço elevado.
Maria Andrade, uma outra moradora da localidade de Fajã, evidenciou que a situação que esta comunidade estava a viver já era visível para todos, e hoje, “sair de Fajã de carro é como ganhar de volta o mundo”.
Entretanto, alertou para a necessidade de continuar com os trabalhos, para garantir a melhoria e segurança dos utentes.
Igualmente, Joaquim de Pina, morador e condutor profissional desta localidade, sublinhou que durante esses dois meses a comunidade enfrentou várias dificuldades, gastavam mais dinheiro em tudo o que era necessário, porque quando faziam uma compra, alugavam carro até o local onde havia acesso automóvel, depois teria que pagar mais 200 escudos para cada volta de carga.
No seu caso, como motorista com carro preso na localidade, contou que passou por várias dificuldades, porque sem trabalho, nessa localidade a única fonte de rendimento era mar que por esses dias esteve sempre revolto.
Com esta retoma, prevê continuar a luta para recuperar o tempo perdido.
Por seu turno, Francisco Tavares, presidente da Câmara Municipal da Brava, considerou que o sentimento é de “grande alívio”.
O autarca referiu que durante estes dois meses manteve contacto directo com a população de Fajã d´Água, com os operadores económicos ligados a esta zona, com pessoas com construções na localidade, e com pessoas com carros retidos.
Segundo o edil, o impacto negativo do isolamento já estava a entrar numa fase quase que de “insustentabilidade” por parte dos operadores que estavam a ver o seu sustento e ganha pão em risco, passando por grandes constrangimentos e dificuldades.
“Já foi feito o acesso, foi necessário esperar esse tempo para certificar se não haveria mais uma sequência de derrocadas no local antes de colocar a máquina para tentar fazer esse trabalho que envolve os seus riscos”, sustentou Francisco Tavares l, reforçando que enquanto isso teve a decisão de tentar uma outra via alternativa, onde a máquina esteve por mais de um mês.
Entretanto, enalteceu a rápida intervenção da Estradas de Cabo Verde e do Ministério das Infraestruturas que autorizaram e efectuaram os trabalhos na via para a retoma da ligação, alertando que as pessoas devem estar cientes de que ainda há maquinas a trabalhar no local e que é preciso muita cautela em termos de velocidade na entrada e saída da localidade.
Informou ainda que os trabalhos vão continuar com a construção do muro de protecção, assim como os trabalhos no piso após a conclusão do muro, e será dado a continuidade aos estudos e trabalhos de análise da possibilidade de uma via alternativa para o futuro.
c/inforpress