Brava: Responsável do ICCA “preocupada com irresponsabilidade” dos pais e “falta de limites” perante as crianças

A responsável do Instituto Cabo-verdiano de Criança e Adolescente (ICCA) na Brava, Edite Brito, mostrou-se hoje preocupada com a “irresponsabilidade” dos pais, que tem reflectido no comportamento das crianças

Jun 2, 2019 - 12:08
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Brava: Responsável do ICCA “preocupada com irresponsabilidade” dos pais e “falta de limites” perante as crianças

A responsável do Instituto Cabo-verdiano de Criança e Adolescente (ICCA) na Brava, Edite Brito, mostrou-se hoje preocupada com a “irresponsabilidade” dos pais, que tem reflectido no comportamento das crianças

Em entrevista à Inforpress, Edite Brito comentou que muitas vezes os pais partem do princípio ou têm “a vaga ideia” de que a questão da responsabilidade resume-se aos cuidados da alimentação, vestuários e “não se preocupam” com outras situações das crianças, como saúde, higiene e mesmo na questão de impor limites e regras, entre outros.

Daí, segundo a técnica, “a falta de responsabilidade” dos pais tem “afectado muito as crianças”, principalmente a nível do comportamento, tanto na escola como na sociedade, deparando-se com vários problemas comportamentais na ilha, sobretudo, porque os pais não impõe limites e regras, levando as crianças a ultrapassarem muitas vezes.

Na sua opinião, os pais, “desde a primeira infância ou desde cedo” devem “impor regras e limites” às crianças, porque caso não forem impostas logo no início, com o decorrer do tempo “estas já não vão cumprir regras o que vai afectar a sociedade”.

Pois, segundo a mesma fonte, através dos comportamentos que as crianças estão tendo na infância, na fase adulta vão surgir outros problemas sociais como a droga e o alcoolismo, entre outros males sociais, que não apoiam no desenvolvimento e bem-estar social.

Sobre casos recebidos e acompanhados na ilha, Edite Brite salientou que são mais a nível da pensão alimentícia e que quando os pais não possuem uma responsabilidade parental, surgem alguns casos na sociedade onde o ICCA precisa intervir.

Por isso tem orientado os pais no sentido de guiarem as crianças, porque, na sua óptica, o futuro da criança está no seio familiar e é neste sentido que apela os pais, a sociedade civil e todas as instituições da ilha para apoiarem o processo de protecção das crianças, sobretudo neste mês dedicado a elas e na ilha, tendo em conta que é uma época festiva, que apela para uma vigilância “mais rigorosa”, principalmente na questão do abuso sexual contra as crianças.

Para tentar proteger as crianças e fazer dos pais os primeiros responsáveis e vigilantes, Edite Brito explicou que tem feito alguns encontros com os pais sensibilizando-os sobre o papel da família, a importância de protegerem as crianças e de impor.