Brava/São João: Nova Sintra acolheu várias pessoas para festejar o “Sandjon” 2019
A cidade de Nova Sintra está “superlotada” de visitantes, que vieram à ilha, celebrar mais um aniversário do município e participar nos rituais das festas de São João Baptista.
A cidade de Nova Sintra está “superlotada” de visitantes, que vieram à ilha, celebrar mais um aniversário do município e participar nos rituais das festas de São João Baptista.
Emigrantes bravenses espalhados pelos quatro cantos do mundo, visitantes de outras ilhas de Cabo Verde, escolheram a ilha Brava para passarem o São João, cujo ponto alto foi a missa desta quarta-feira, 24.
Alguns vieram para visitar os seus familiares, mas muitos por causa da fé que depositam no santo, como é o caso de Ana Fortes, uma emigrante que foi para os Estados Unidos desde os cinco anos de idade e hoje, com 56 anos, regressou para pagar uma promessa feita ao santo e aproveitar para visitar os seus parentes e reviver alguns dos momentos da sua infância na ilha.
Outros simplesmente preferem visitar a ilha nesta época porque é a altura que a mesma se encontra mais movimentada e querem fazer parte deste movimento, mas também para presenciarem e relembrarem as tradições da festa.
Mesmo não colocando de lado a fé, os rituais são na maioria das vezes o que mais lhes fascinam.
Antónia Pina, contou à Inforpress que sempre vem à ilha, porque, sente-se “melhor” na sua terra nesta época.
“Sentir o toque do tambor, as coladeiras no cantar e no colá, sentir a vibração do nosso povo, é a melhor coisa que poderia sentir e viver”, considerou.
Em termos de rituais culturais e religiosos para as festividades de São João, para o ano 2019, desde o dia 10 de Junho, um grupo de mulheres iniciaram os preparativos para os doces e salgados que são distribuídos no dia da celebração.
Mas, também foram realizadas actividades culturais, desportivas, para assinalar a data, que coincide também com o aniversário do município.
Na antevéspera, é feito o tradicional “pilon”, onde é preparado o milho para a cachupa que é servida no almoço do dia 24. Na véspera, a bandeira é levada à igreja com o toque do tambor e, no dia, as pessoas saem do baile que é realizado à noite, dirigem-se à casa dos festeiros, recolhem os presentes e seguem num ritual ao som do tambor, o colá, cada um com a sua bandeja ou o que for na cabeça ou como sentir melhor, para levarem ao Cutelo, onde é levantado o Mastro.
Enquanto estão a preparar o Mastro, os fiéis dirigem-se à igreja para a missa de São João, que se inicia com uma procissão pelas ruas de Nova Sintra, e depois da eucaristia, retomam as tocas de tambor e o colá, percorrendo a Vila, e de seguida, é servido o almoço para todos.
Por volta das 17:00, todos que se encontram na Vila de Nova Sintra deslocam-se ao Cutelo local pois, é dado o “bote”, ou seja, deitam abaixo o Mastro e as pessoas vão pegar aquilo que puderem e quem deseja toma a “Bandeira” para festejar no ano seguinte.
A festa continua, sempre com actividades culturais, música e a movimentação que se encontra por toda a parte da vila.