Brava, uma visão de futuro e oportunidades, na óptica do empresário Pancini

Pancini, que se tornou uma figura de destaque no sector de turismo e investimentos em Cabo Verde, relatou como chegou à Boavista há mais de três décadas, quando a ilha ainda era praticamente um deserto. “Naquela época, a ilha tinha apenas cerca de quatro carros e uma população muito menor do que a da Brava. O aeroporto internacional ainda não existia, e o único voo semanal era feito por um Twin Otter que transportava apenas 19 passageiros”, disse o empresário, com a nostalgia de quem testemunhou a transformação da ilha das dunas.

De acordo com o Pancini, a evolução de Boavista ao longo dos anos é um exemplo claro de como o potencial de uma ilha pode ser explorado, desde que haja planejamento estratégico e investimento. Actualmente, a ilha de Boavista conta com cerca de 50 voos internacionais semanais, operados por aviões de grande porte como os Boeing e Airbus, e um fluxo de turistas que chega a 18.000 hóspedes por semana em seus hotéis de luxo, com uma infraestrutura moderna de 300 quartos.

“Eu vejo a Brava como um tesouro ainda a ser descoberto, mas com um enorme potencial. A ilha está mais avançada do que Boavista estava há 30 anos, e com as condições certas, pode ser um dos principais destinos turísticos de Cabo Verde", afirmou o empresário italiano, apontando áreas prioritárias para o desenvolvimento local. Um dos principais desafios citados por ele foi a necessidade urgente de melhorar a conectividade da ilha, em especial o transporte marítimo, de forma a garantir maior frequência de ligações e facilitar o acesso de turistas e investidores.

Ele destacou ainda a importância de criar um ambiente de confiança e colaboração entre o setor público e privado, ressaltando que os investimentos em infraestrutura e serviços devem ser realizados de forma estratégica, priorizando sempre o desenvolvimento sustentável e a preservação do que torna a ilha Brava única.

A conversa entre o presidente da CMB, Amândio Brito, e o Pancini foi uma verdadeira lição de visão empreendedora e uma troca rica de experiências. O líder municipal demonstrou grande interesse nas propostas e visões apresentadas pelo empresário, indicando que o município da Brava está aberto ao diálogo e à parceria para o desenvolvimento da ilha.

Ao final do encontro, o Pancini e sua esposa Maria Rosa foram agraciados com o título de Cidadãos Honorários da Ilha Brava, em reconhecimento ao trabalho e contribuição do casal para o desenvolvimento de Cabo Verde. A cerimônia, que marcou uma parada curta, mas de grande valor para os presentes, foi um símbolo do fortalecimento das relações entre os empresários e as autoridades locais, com o objetivo de transformar a ilha em um destino turístico ainda mais promissor.

"Obrigado, amigo Pancini, e à sua esposa Maria Rosa. A Brava tem muito a aprender com esta experiência", afirmou Amândio Brito, em um gesto de gratidão pela contribuição do casal para o futuro da ilha.

Este encontro reforçou a importância do intercâmbio de ideias e do trabalho conjunto entre líderes locais e investidores, apontando para um futuro mais próspero e sustentável para a ilha Brava, que está cada vez mais preparada para se destacar no cenário internacional.