Brava/Nha Santana: Pilon com fraca participação devido a actividades desportivas realizadas em paralelo

Logo por volta das 20:50, debaixo do forte nevoeiro que se fazia sentir na zona e a queda de alguns chuviscos, começaram as actividades, mesmo com pouca gente, e, aos poucos, as pessoas começaram a se aproximar do “barco” onde é feito este ritual.

Mas, mesmo assim, conforme confirmou a Aida Cardoso, festeira deste ano, embora uma missão que lhe foi atribuída pelos verdadeiros festeiros devido a motivos de força maior, o ritual sempre conta com mais gente, mas este ano os jogos da final do torneio de futsal foram agendados para o mesmo dia e mesmo horário do pilon, o que dificultou a participação de mais pessoas nesta parte tradicional.

Mesmo com fraca adesão, a festeira não baixou a guarda e juntamente com o pessoal que ali se encontrava “cumpriram a tradição”, com o colá, o cantar, o tocar, o cochir e não faltaram os comes e bebes.

“Quando começam a bater o pau no tambor, tenho um brio enorme e é isso que presenciamos em quase todos os participantes, até as crianças já entoam partes dos cânticos entoados neste ritual”, mostrou, salientando que o que é “terra-terra”, não pode ser perdido.

Aida Cardoso disse à Inforpress que esta festa e tradição, para ela, é um ponto alto, algo que já se encontra no sangue, porque nasceu e criou nisso, numa época em que não havia luz e deslocavam-se ao local com luz de “lampião” e mesmo que diga a si mesmo que no próximo ano não vai tomar esta responsabilidade de organizar tudo, quando dá por ela já é tarde demais, porque não consegue dizer não.

Além disso, realçou que hoje será feito um ritual em que andam de casa em casa, tocando tambor, cantando, colando, e em todas as casas, dão comida, dinheiro, bebidas, entre outras coisas, que são colocadas no mastro no dia 26.

Antecedendo este desfile casa a casa, avançou que será feito um almoço na casa de Nha Santana, onde já têm preparado cinco panelas de três pés para iniciarem os trabalhos de madrugada e reforçou ainda que há também uma outra família na localidade de Mato que vai oferecer um almoço ao povo bravense.

Relembrou que a festa é de todos, e afirmou que “Nha Santana começa com uma pessoa, mas para chegar ao final é o mundo envolvido”, pois, segundo esta organizadora, é uma festa que todos colocam a mão, todos apoiam durante o percurso e todos desfrutam do pouco e do muito que a organização ou os festeiros têm a oferecer, mas que é um trabalho do “djunta-mon”.

Na parte das actividades desportivas, a final não chegou ao fim, tendo o árbitro dado por finalizada a partida ainda na primeira parte da disputa, pois as condições meteorológicas (chuviscos e nevoeiro) não permitiram, tendo sido adiado para hoje, em Nova Sintra.

As actividades desportivas e culturais continuam, com provas de atletismo, véspera realizada hoje, a missa no dia 26, almoço, actividades para crianças, e culminam com o bote ao mastro no final do dia.