Bravenses voltam a festejar “Todos os Santos” com pujança graças ao “bom ano agrícola”
A população bravense celebra hoje o dia de “Todos os Santos” com a sua “tradicional merenda”, como forma de “agradecer” a Deus e “pedir vida, saúde e bom ano agrícola” para o próximo ano.
A população bravense celebra hoje o dia de “Todos os Santos” com a sua “tradicional merenda”, como forma de “agradecer” a Deus e “pedir vida, saúde e bom ano agrícola” para o próximo ano.
Aqueles que são cristãos foram à missa e ao sair cada um tinha o seu compromisso com a família, colegas e amigos para desfrutarem o dia em almoço de confraternização, com alimentos vindos da terra, como milho, abóbora, feijão, batata, mais forte este ano, tendo em conta que o ano agrícola foi bem melhor do que há alguns anos.
Na ilha, contou uma sexagenária, que esta é uma tradição que já vem de muitos e muitos anos e o significado, explicou, é simples: “agradecer a Deus, reunirmos com o pouco que temos, dividir e compartilhar, pedir vida e saúde para que no próximo ano, o ano agrícola seja melhor do que o que temos este ano”, explicou Mildrita Barros.
Segundo a mesma, em toda a ilha, seja em grupo de amigos, de Igreja ou mesmo no seio das famílias, a merenda não pode faltar, mas acrescentou que esta tradição tem vindo a cair em desuso no seio dos jovens que já não estão ligando para estes factos.
A tradição, de acordo com a sexagenária, é uma panela de milho, carne de porco, couve cozida, “xerém na capa”, abóbora, batata-doce e batata comum, mandioca, “arroz com fava ou bongolon verde”, uma panela de guisado, salada de pepino para acompanhar a comida tradicional.
Após o almoço, quando já estiverem bem “fartos”, apanham o tambor ou uma lata e vão num cutelo “tombar Félix” que quer dizer agradecer e pedir a Deus vida e saúde para o próximo ano.
A merenda do dia de “Todos os Santos” começou a ser feita ontem, nos jardins-de-infância e escolas básicas da ilha, embora, onde todos tiveram direito a saborear o milho que há alguns anos não tinham tido esta oportunidade por causa dos consecutivos anos de seca, tendo nestes anos optado por fazer outros pratos, para não deixar que o dia passasse em branco.
A localidade de Fajã d’Água no dia de hoje é a mais frequentada pelos bravenses que, além de cozinharem à lenha, aproveitam as piscinas naturais para se refrescarem.
Inforpress/Fim