“Câmara de São Filipe não tem interesse em estar a presidir a Associação dos Municípios do Fogo e Brava” – Nuías Silva

A câmara de São Filipe não tem interesse em estar a presidir a Associação dos Municípios do Fogo e Brava, disse o presidente Nuías Silva, em reação às acusações do presidente da Comissão Política Regional do MpD.

Jul 7, 2023 - 06:19
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“Câmara de São Filipe não tem interesse em estar a presidir a Associação dos Municípios do Fogo e Brava” – Nuías Silva

O presidente em exercício da Associação dos Municípios do Fogo e Brava, em conferencia de imprensa, disse que como o mandato já expirou não pode deixar uma vacatura na associação sem que haja eleição de novo presidente, conforme o estatuto.

“É pura inverdade e demonstra que Filipe Santos não está por dentro e funciona como marionete de outras entidades que lhe passam informações erradas sem que tenha a sensatez de poder confirmar essas informações”, declarou Nuías Silva, observando que a associação foi criada em 1999 e desde então não houve uma revisão efectiva dos estatutos.

Segundo o mesmo, houve uma tentativa em 2019, mas o processo não foi concluído porque a decisão da Assembleia Intermunicipal deve ser precedida da ratificação das assembleias municipais dos associados, acrescentando que a alteração foi feita para permitir à entrada efectiva do município de Santa Catarina como membro de direito próprio e poder usufruir dos direitos em pé de igualdade com os outros municípios.

“O presidente da associação não é indicado de forma rotativa, mas sim eleita e já tentamos por três vezes reunir para escolher o presidente”, disse Nuías Silva

“Estou disposto a entregar amanhã a associação desde que haja eleição. Já tentamos e não se chegou a consenso. É preciso convencer as pessoas e não justificar que é a minha vez porque o estatuto não atribui vez, mas eleição”, afirmou o edil de São Filipe, acrescentando que em outras matérias como a criação da ADR, projecto regional de aterro controlado, câmaras de cura para as unidades de produção de queijo o conselho reuniu e deliberou.

“Se desde 1999 a Brava nunca exerceu a presidência do conselho directivo como é que pode ser rotativo”, questiona Nuías Silva, acrescentando que isso significa que o presidente tem sido eleito.

Nuías Silva lembrou que a câmara de São Filipe está na presidência da associação desde 2015 e questiona porque não se fez a eleição durante os quatro anos em que a câmara de São Filipe era liderada pelo MpD, se a mesma é rotativa.

“Não podem querer impor Brava, pode ser Brava, Santa Catarina ou Mosteiros, não pode ser São Filipe”, advogou Nuías Silva, observando que São Filipe apoia a candidatura dos Mosteiros, não por ser da mesma cor política, mas por reconhecer que de facto tem uma visão para dar continuidade a todo o trabalho e a sua dimensão e peso na estrutura, e Santa Catarina apoia a candidatura da Brava e há esse impasse.

A mesma fonte defendeu a necessidade do diálogo, lembrado que não se é presidente da associação só por querer e se a Brava não exerceu a presidência desde 1999 deve reflectir sobre os motivos e não criticar o presidente da câmara de São Filipe que tem apenas dois anos e sete meses à frente da associação.

A reunião do conselho directivo está convocada para entre os dias 23 e 25 de Julho para a eleição do presidente e Nuías Silva apela ao consenso para que possa sair um presidente porque, explicitou, há uma disponibilidade dos Mosteiros, apoiada por São Filipe, e outra da Brava apoiada por Santa Catarina, estranhando o posicionamento dos dois municípios com menor peso em ameaçar abandonar associação.

O presidente em exercício da associação estranhou a mudança de atitude do presidente da câmara de Santa Catarina do Fogo, Alberto Nunes, que, depois de testemunhar e assinar a adenda ao protocolo enquanto membro do conselho directivo da própria associação, num período de 24 horas demarcou-se do acto, que considerou ilegítimo.

“Como pode em 24 horas dar o dito por não dito”, questionou Nuías Silva, sublinhando que só se entende a demarcação num quadro político-partidário porque, explicou, a câmara de São Filipe está a trabalhar para um bem comum e isso pode ser atendido positivamente pelas pessoas e querem desmerecer este trabalho.