Carlos Burgo acusa a CV Interilhas de mentir aos Bravenses e prejudicar o desenvolvimento da Ilha Brava
Cidade de Nova Sintra, 22 de Fevereiro de 2025 (Bravanews) - A Ilha Brava, conhecida pela sua beleza natural e pela força de sua comunidade, enfrenta mais uma vez a dura realidade do descaso e da falta de compromisso por parte da operadora de transporte marítimo CV Interilhas. A denúncia vem do ex-deputado e ex-ministro Carlos Burgo, que acusa publicamente a concessionária de mentir aos bravenses e de prejudicar o desenvolvimento da ilha. Em uma série de declarações fortes e contundentes, Burgo apontou uma série de falhas graves na operação da empresa, que, segundo ele, vem oferecendo um serviço deplorável e irresponsável à população.
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"Mais uma vez, a CV Interilhas mente despudoradamente. Eles tentam desviar a atenção para as condições do Porto da Furna, mas sabemos que a realidade é outra", afirmou Burgo. "As condições no Porto da Furna são hoje (19 de Fevereiro) normais, com o navio da POLAR operando sem problemas. O verdadeiro problema está na operação da CV Interilhas, que continua a falhar de forma clamorosa, prejudicando os bravenses e o desenvolvimento da ilha."
Burgo criticou duramente a falta de transparência e a forma desorganizada com que a empresa tem operado, afirmando que a situação está a coartar as oportunidades de crescimento e progresso da Ilha Brava. A CV Interilhas, que recebe consideráveis subsídios públicos, não tem cumprido com suas obrigações de maneira eficiente, especialmente no que diz respeito ao transporte de viaturas e à comunicação com os utentes da ilha.
"O mais grave é que nem sequer dispõem de uma plataforma de reservas para o transporte de viaturas", continuou Burgo. "Isso dificulta sobremaneira o abastecimento da ilha e torna o processo de reserva extremamente confuso e imprevisível. As vendas são feitas semana a semana, sem saber exatamente quando serão abertas. Isso, num contexto de escassez de oferta, favorece a falta de transparência e cria um ambiente em que alguns são favorecidos enquanto outros ficam de fora. São os operadores e utentes da Ilha Brava que mais sofrem com essa situação."
A crítica também se estende à forma como a empresa tem comunicado os cancelamentos de viagens. Burgo questionou a atitude da CV Interilhas ao afirmar que a empresa tem manipulado informações sobre o estado do mar para justificar a paralisação das viagens. "Eles sabiam que as informações sobre a ondulação no Porto da Furna eram falsas, e ainda assim, continuaram a divulgar o cancelamento das viagens, deixando a população da Brava sem transporte", explicou.
De acordo com a informação meteorológica divulgada, o estado do mar estava em condições normais, com algumas vagas de até três metros, o que, para Burgo, não justifica o cancelamento das viagens. "De facto, o armamento utilizado pela CV Interilhas é inadequado para as condições prevalecentes durante uma parte do ano", afirmou o ex-ministro. "Nós já vimos isso na viagem inaugural da primeira unidade recebida, o 'Kriola', em janeiro de 2011. Com o mar agitado, ainda que de pequenas vagas, viajar nesses barcos é extremamente desconfortável e coloca os passageiros em uma situação de sacrifício, especialmente os mais idosos, deficientes, doentes e aqueles que viajam com crianças."
Carlos Burgo não poupou palavras para expressar a sua indignação com a forma como a empresa tem tratado a Ilha Brava e seus habitantes. Ele ressaltou que, enquanto a CV Interilhas continua a falhar em suas obrigações, a população bravense paga um preço alto, tanto em termos de qualidade de vida quanto em termos de desenvolvimento econômico e social.
"Não podemos mais tolerar essa situação. A Ilha Brava precisa de um serviço de transporte marítimo eficiente, regular e seguro, que atenda às suas necessidades e que respeite as condições que a ilha e sua população merecem", concluiu Burgo. "É hora de pedir contas à CV Interilhas e exigir que a empresa cumpra com suas responsabilidades."
Essa denúncia de Carlos Burgo reflete a crescente frustração da população da Ilha Brava com a situação do transporte marítimo, que continua a ser um dos maiores desafios para a ilha, afectando diretamente a vida quotidiana dos seus habitantes. O impacto das falhas da CV Interilhas é profundo, pois afeta não apenas o transporte de pessoas, mas também o fornecimento de bens essenciais e o desenvolvimento de um sector econômico vital para a região.
Enquanto os bravenses aguardam por melhorias no serviço de transporte marítimo, a pressão sobre a CV Interilhas só aumenta. Com o apoio de líderes como Carlos Burgo, espera-se que a empresa seja chamada a prestar contas e a tomar medidas concretas para corrigir as falhas e finalmente oferecer um serviço à altura das necessidades da Ilha Brava.