Clóvis Silva denuncia “sinais claros” de regressão nos transportes para a ilha Brava
O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), eleito pelo círculo eleitoral da Brava, denunciou hoje em conferência de imprensa que há sinais claros de regressão nos transportes para a ilha Brava.
O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), eleito pelo círculo eleitoral da Brava, denunciou hoje em conferência de imprensa que há sinais claros de regressão nos transportes para a ilha Brava.
Segundo Clóvis Silva, a Brava está totalmente isolada desde quarta-feira e a viagem para hoje, segundo a Cabo Verde Fast Ferry (CVFF), está cancelada e sem data para reposição.
“Isto é inaceitável, tendo em conta que não estão em causa, nem as condições meteorológicas e nem problemas técnicos. Durante este mês de Maio, esta mesma situação ocorreu por três vezes, que identificamos, isolando a ilha e sem que houvesse qualquer explicação”, denunciou o deputado do PAICV.
O eleito pelo maior partido da oposição afirmou que, nesses três vezes que esta situação ocorreu, os passageiros já estavam a bordo do navio Kriola, mas tiveram que desembarcar sem que lhes fosse dado qualquer justificação para tal.
No seu entender, a reclamação da empresa CVFF que fala em “sabotagem e abuso de poder”, por parte do Instituto Marítimo e Portuário (IMP), “deixa no ar um sério problema de relacionamento institucional”. Por isso pediu uma intervenção do Governo para que a normalidade seja reposta.
“Da Câmara Municipal da Brava não se ouve qualquer pronunciamento para a defesa da população e não resta outra alternativa se não exigir a intervenção do Governo, nesta matéria, quando muito porque nos avizinhamos das festas de são João, que aumenta o fluxo de passageiros para a Brava e agudizará este problema para a nossa ilha.
Para Clóvis Silva, esta situação põe a nu “a incapacidade dos intervenientes” neste sector de se entenderem sobre a melhor forma de gerir os transportes para a ilha Brava.
Só tem um único navio que faz as ligações, às segundas, quartas e sextas-feiras e às terças e sábados faz-se para a ilha do Fogo, mas neste momento não há nenhuma alternativa. A solução, defendeu, é ter um outro navio que possa colmatar esse problema porque a ilha Brava só tem a alternativa marítima.
A mesma fonte avançou que por causa do problema de transportes já falta na ilha produtos básicos como arroz e açúcar.
O deputado do PAICV, Clóvis Silva, também criticou a falta de água na localidade de Cachaço há mais de 20 dias, sem que a câmara municipal se pronuncie sobre isso.
“Está-se a tentar o fornecimento de água através de um autotanque, mas o único que existe na ilha só tem capacidade para cerca de duas toneladas de água, que é irrelevante face ao número de famílias desta localidade, e mesmo assim custa 600 escudos cada tonelada, não estando ao alcance de todos”, concretizou.
Por causa disso, o eleito nacional apela à intervenção do Governo para olhar para a ilha Brava. Pois, segundo apontou, “estes sinais mostram claramente que há que melhorar a planificação, há que mudar de estratégia pois aquilo que existe não está a servir os interesses dos cabo-verdianos da Brava”.