Comunidade cabo-verdiana promove manifestação em Lisboa de apoio aos doentes evacuados
Elementos da comunidade cabo-verdiana radicada em Portugal e amigos levam a cabo hoje, em Lisboa (Portugal), uma manifestação em frente à Embaixada de Cabo Verde, em solidariedade com os doentes evacuados do arquipélago.
Elementos da comunidade cabo-verdiana radicada em Portugal e amigos levam a cabo hoje, em Lisboa (Portugal), uma manifestação em frente à Embaixada de Cabo Verde, em solidariedade com os doentes evacuados do arquipélago.
A iniciativa partiu da “Ubuntu CV – uma missão além-fronteiras”, que se apresenta como um grupo de cabo-verdianos espalhados pelos quatro cantos do mundo, e que organizados através da Internet procuram formas de solucionar as dificuldades com que se deparam os doentes cabo-verdianos.
De acordo com o jornal português Público, a manifestação, que vem na sequência do encerramento da pensão residencial que acolhia os doentes evacuados de Cabo Verde para Portugal, terá lugar às 12 horas locais (11:00 de Cabo Verde).
Conforme apurou a Inforpress, nesta situação se encontram 27 doentes e 11 acompanhantes que, segundo declarações da Embaixada de Cabo Verde em Portugal, terão que encontrar uma outra alternativa de alojamento até o dia 15 de Dezembro.
O orçamento de Cabo Verde para os doentes evacuados é de 5 milhões de euros e a subvenção por doente, ao abrigo da promoção social, é de quase 250 euros por mês, e serve para pagar alojamento e alimentação.
Segundo o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, Cabo Verde deveria evacuar 400 doentes anualmente, de acordo com o protocolo que mantém com Portugal nesse âmbito, mas por razões várias e necessidades que o país tem a nível da saúde, esse número triplicou e já em 2016 havia em Portugal 620 doentes do arquipélago.
Entretanto, o governante anunciou que o Executivo já está a debruçar sobre a questão da actualização e regularização do subsídio dos doentes evacuados para Portugal, um assunto que o primeiro-ministro está a acompanhar de perto.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, prometeu sábado que a solução para os doentes evacuados em Portugal vai ser encontrada, por forma a que as pessoas não tenham de ficar fora das pensões.
“Já existe um acordo entre a embaixada e a pensão no sentido de se estender, por um período de mais de sessenta dias, para que as pessoas não sejam despejadas. De forma que se vai encontrar soluções alternativas para que fiquem bem instaladas” disse.
No entender do ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, a situação por que passam os doentes evacuados para Portugal se deve a um conjunto de medidas que deveriam ser tomadas há vários anos e não foram, no que se refere particularmente ao subsídio que lhes são atribuídos.
“A última actualização do subsídio para os evacuados é de 2009 e o número de evacuação, por ano, que deveria ser de 400 ultrapassa em triplo esse número, pelo que o que tem sido feito durante todo esse ano, é a redistribuição de um valor fixo para todos os doentes que estão em Portugal”, afirmou.
O governante explicou ainda que os evacuados recebiam um montante correspondente a 30 dias, mas com o reajusto feito, passaram a receber uma importância relativa a 20 dias, no intuito de que a verba existente pudesse chegar para todos.
Lembrou, por outro lado, que a diária que um doente paga na referida pensão é à volta de 12 euros (1320 escudos cabo-verdianos), adiantando que em Portugal não existe espaço onde se paga essa quantia por uma noite.
Entretanto, ao longo dos anos a pensão foi se degradando sem que houvesse qualquer intervenção, e agora teve de ser encerrada com necessidade de obras para o seu melhoramento.
Inforpress/Fim