Condenada à morte lenta, a escola de Nossa Senhora do Monte chora sozinha sem ter quem lhe acuda
Na pequena vila de Nossa Senhora do Monte, um grito de desespero ecoa em meio às suas ruas silenciosas. A escola central, carinhosamente conhecida como "Scolona", é um símbolo pungente do descaso e da falta de acção dos responsáveis pela educação e infraestrutura local.
Fundada em 1826 e elevada a vila em 2015, a comunidade ainda aguarda que esta elevação se materialize em melhorias concretas e substanciais. Contudo, a realidade é dura: a “Scolona”, um dia pilar da educação local, agoniza em um estado deplorável.
É um facto que a degradação da “Scolona” é visível e constrangedora. A escola, que deveria ser um local vibrante de aprendizado e crescimento, mais parece um edifício abandonado. As paredes rachadas, o teto deteriorado e as instalações precárias não apenas desrespeitam a dignidade dos alunos e professores, mas também refletem uma profunda falha na gestão pública e no comprometimento com a educação.
A responsabilidade por essa situação catastrófica recai sobre diversas instâncias. Por anos, governo e líderes educativos fecharam os olhos para a deterioração gradual da escola. As promessas de reformas e melhorias se dissiparam no ar, sem que acções efectivas fossem tomadas. A falta de intervenção clara e decisiva contribuiu para que a “Scolona” se transformasse em um exemplo sombrio de negligência.
No entanto, a culpa não recai apenas sobre os líderes políticos e educativos. A comunidade também tem um papel nesta tragédia. A complacência da população, que tem assistido passivamente à degradação da escola, ajudou a perpetuar esta situação. A indiferença e a falta de pressão sobre os responsáveis contribuíram para que a situação se arrastasse por tanto tempo.
Agora, chegou o momento de exigir mudanças urgentes. A população de Nossa Senhora do Monte deve se unir e levantar sua voz para exigir a requalificação e modernização da Scolona. É imprescindível que a Câmara Municipal faça a devida pressão, o Governo e o Ministério da Educação assumam a responsabilidade e tomem medidas concretas para restaurar a dignidade da nossa escola.
Para isso, é necessário que a comunidade se mobilize de maneira efectiva. Acções como manifestações, abaixo-assinados e o possível boicote às próximas eleições são formas de mostrar a seriedade da nossa demanda e a determinação em obter resultados. A pressão pública pode ser um catalisador poderoso para a mudança.
Este não é apenas um desabafo, mas um chamado à acção. A situação da “Scolona” é um reflexo mais amplo dos desafios enfrentados pela nossa vila e pela nossa ilha. O futuro de nossas crianças e a qualidade da educação que recebem estão em jogo. A hora de agir é agora. A comunidade de Nossa Senhora do Monte deve se unir em um esforço coordenado para garantir que a nossa escola receba a atenção e o cuidado que tanto necessita e merece.
Se não agirmos agora, a “Scolona” continuará a ser um símbolo de falência administrativa e de uma educação sacrificada no altar da negligência. Não podemos permitir que isso aconteça. É hora de exigir, lutar e transformar a nossa realidade.
Moises Santiago
31 de Julho de 2024