Constrangimentos com ligação inter-ilhas: Check in e novo tarifário afectam as agências de viagens e turismo
Os constrangimentos com a ligação aérea inter-ilhas, o check in e o novo tarifário têm afectado as agências de viagens e turismo cabo-verdianas, após a saída da TACV dos voos domésticos, afirmou hoje, a presidente da associação do ramo.
Os constrangimentos com a ligação aérea inter-ilhas, o check in e o novo tarifário têm afectado as agências de viagens e turismo cabo-verdianas, após a saída da TACV dos voos domésticos, afirmou hoje, a presidente da associação do ramo.
“A saída da TACV dos voos domésticos criou-nos uma série de constrangimentos naquilo que é todo o investimento na promoção, organização de pacotes que as agências fizeram para trabalhar os voos inter-ilhas”, afirmou a presidente da Associação das Agências de Viagens e Turismo (AAVT), Maria Teresa Graça, sete meses após a saída da companhia aérea nacional dos voos domésticos.
Em declarações à Inforpress, Maria Teresa Graça informou que a companhia que entrou no mercado trouxe uma outra estrutura tarifária para o turismo interno, e as agências não estavam preparadas. Por exemplo, um bilhete de passagem São Vicente/Praia/São Vicente, custa 22.700.00 com direito a 40 kg.
Mas se o passageiro comprar o bilhete com 15 dias de antecedência, fica-lhe por 13.500.00. Fica mais barato, mas só tem direito a 20 kg de peso.
“É uma forma de vender uma tarifa mais alta”, disse Maria Teresa da Graça, salientando que um empresário que tem que se deslocar para uma reunião numa das ilhas dentro de três dias, terá que pagar “uma tarifa mais alta” e não tem necessidade de 40 kg.
Neste momento as agências trabalham com a companhia aérea Binter, através de um sistema de pré-pago. As agências de viagens não estavam preparadas para isso, porque o mercado de Cabo Verde cresceu com a cultura de compra de bilhetes a crédito, disse Maria Teresa Graça.
“Lidamos neste momento com uma grelha tarifária que para fazer à ligação com o exterior tem vários constrangimentos. Para se viajar para Lisboa, Paris, Fortaleza, Recife, a partir de outras ilhas que não a ilha do Sal, o voo tem que se realizar de véspera porque não há conexão imediata”, explicou.
Maria Teresa Graça disse também que as agências de viagens têm tido constrangimentos com as bagagens porque a companhia que assumiu os voos domésticos (Binter) não tem a capacidade para transportar carga.
“Temos também a situação de não haver tarifa corrida, ou seja, o passageiro tem que fazer dois chekin. Isso cria um grande constrangimento porque a Cabo Verde Handling, a empresa que assegura a assistência em terra a aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio, não fica com a responsabilidade de transferência de bagagem de um dia para outro”, desabafou a a presidente da AAVT.
A questão da bagagem em si é também apontada por Maria Teresa da Graça como um outro constrangimento. Por exemplo, a ida para Lisboa na TACV a partir do Sal, o passageiro tem direito a uma mala de 23 kg, mas no regresso se tiver necessidade de trazer mais peso, tem que comparar.
“Entretanto, o passageiro compra o peso, mas quando chegar à ilha do Sal, tem que pagar 190 escudos para cada kg antes de seguir viagem ao destino inter-ilhas”, informou Maria Teresa Graça, na entrevista `Inforpress.
Conforme explicou ainda, neste momento, ao viajar das outras ilhas para a ilha do Sal não se pode fazer o check in directo até ao destino, mas o contrário, quando a operação se inicia no exterior consegue-se fazer o check in.
Por isso, a responsável desabafa que “há qualquer coisa que não está afinada ainda e que nesse particular faz com que haja esse constrangimento para o passageiro”.
Inforpress