Covid-19/ Brava: Festeiros seguem a tradição mesmo sem a parte profana para não enterrar as bandeiras
Os festeiros de Santo António levaram as suas bandeiras à missa celebrada hoje na localidade de Lém em honra ao santo, para não “deixarem a tradição morrer e nem enterrar as bandeiras”, mesmo sem a toca de tambor e outros rituais.
Os festeiros de Santo António levaram as suas bandeiras à missa celebrada hoje na localidade de Lém em honra ao santo, para não “deixarem a tradição morrer e nem enterrar as bandeiras”, mesmo sem a toca de tambor e outros rituais.
Em declarações à Inforpress, Francisca Gomes, uma das festeiras, contou que a bandeira foi da sua avó há mais de 50 anos, mas esta faleceu e a bandeira ficou a ser festejada pelos filhos e agora, está ser festejada pelos netos.
Mesmo com a pandemia do covid-19, Francisca Gomes avançou que têm de festejar porque a bandeira é santa e os santos não devem ser enterrados e sem ser disso, é algo que já vem há décadas e décadas, portanto, não podem deixar este dia passar em branco.
Outro festeiro que levou a sua bandeira para festejar foi Júlio Ribeiro, salientando que quando nasceu já encontrou esta tradição no seio familiar e todos os anos a bandeira é festejada de acordo com as possibilidades e dificuldades impostas pela natureza, mas o que não podem é deixar de festejá-la.
Segundo este festeiro, há familiares que já faleceram nos Estados Unidos devido à pandemia do covid-19, mas mesmo assim trouxeram a bandeira à igreja porque conforme foi passada de geração em geração, a bandeira tem de ser festejada.
Na ilha, existe a tradição em que as pessoas levam bandeiras à igreja para assistirem a missa e depois seguirem à casa com festa, toca de tambor, comes e bebes, coladeiras, entre outros rituais.
Mas, este ano, devido à pandemia do covid-19, a única coisa que foi possível, foi assistir à missa mesmo sem procissão e segundo os festeiros, levaram a bandeira para seguir a tradição e pedir ao santo que o próximo ano seja diferente.