Crianças criadas dependentes e se não viverem a experiência da frustração e das emoções tornam-se adultos sem limites – psicólogo
O psicólogo Adilson Bango, considerou terça-feira que as crianças de hoje em dia, estão sendo criadas “dependentes” das novas tecnologias e de outras coisas, “não vivem” a experiência da frustração das emoções, tornando adultos “sem limites”.
O psicólogo Adilson Bango, considerou terça-feira que as crianças de hoje em dia, estão sendo criadas “dependentes” das novas tecnologias e de outras coisas, “não vivem” a experiência da frustração das emoções, tornando adultos “sem limites”.
Em entrevista à Inforpress, Adilson Bango falava sobre o papel do pai e a importância desta figura na criação e educação dos filhos, considerando “essencial” o papel da figura masculina neste processo já que é um processo “extremamente complicado e árduo”.
“A criança, desde a sua concepção estabelece uma ligação afectiva e emocional com a mãe e todo o processo de desenvolvimento é um processo de dependência da figura feminina. É aqui que entra a figura masculina no processo da educação e formação da independência emocional, na frustração e castração da criança, para tornar-se num adulto mais saudável”, explicou Bango.
A figura masculina, conforme o psicólogo, desempenha um papel “importante” no processo de amadurecimento emocional das crianças, facto que, hoje em dia, devido à existência de várias famílias monoparentais, está-se a deparar com crianças dependentes desde bebés até jovens ou adultos, sejam da mãe, dos aparelhos electrónicos, entre outros.
Segundo o psicólogo, após o nascimento e durante o processo do desenvolvimento, a criança ao deparar com a figura masculina, começa a conviver com ele, tornando uma figura prescindível, e que faz o rompimento do laço emocional com a mãe.
Neste aspecto, explicou que uma criança que não chora, não frustra e não percebe que a mãe tem de sair e que ela vai ficar com o pai, é muito complicado.
E neste quesito, é o pai, conforme Adilson Bango, que impõe limites na criança desde o nascimento. Facto que muitas vezes, aparecem algumas mães chefes de família desesperadas dizendo que “não estão conseguindo educar os filhos mais, ou que não estão conseguindo colocar limites neles”.
Isto, é considerado como sendo natural por parte do psicólogo, porque, segundo o mesmo, normalmente a mãe é a “mais sensível”, é a que dá cuidados, muitas vezes faz muita coisa para agradar os filhos e depois acaba perdendo o controlo dos mesmos.
Para a fonte, a figura masculina é uma figura de autoridade, dentro da estrutura familiar, capaz de impor limites nos filhos, criá-los uma rotina para tudo, desde a hora de levantar ou deitar e a sua ausência possui as suas consequências hoje em dia.
“As crianças que têm as mães desempenhando o papel de mãe e pai, muitas vezes não são impostos limites desde pequeno e quando alcançam os 12/13 anos que as mães começam a tomar medidas, fica praticamente impossível impor a autoridade e limite”, salientou.
E neste momento, de acordo com o mesmo as famílias estão atribuindo o papel da educação às escolas, o que não considera certo, porque, a educação deve ser feita em casa e complementada na escola.
Daí, apela aos pais, que sejam responsáveis, e que façam parte da criação e educação dos filhos, impondo limites e regras desde o início, não a partir do momento que estes já estiveram adolescentes, porque aí, torna-se mais complicado e é a sociedade que está pagando com os erros cometidos na educação.
MC/ZS
Inforpress/Fim