Desabafo do professor José Henrique Ramos revela desigualdade na educação em Cabo Verde, gritando de que "Scolona" está morrendo
Nossa Senhora do Monte, 1 de Março de 2025 (Bravanews) - A inauguração de uma escola moderna na Ilha do Sal, celebrada pelo Primeiro-Ministro Jose Ulisses Correia e Silva, acendeu um debate inflamado sobre a disparidade na qualidade da educação em Cabo Verde. No centro da discussão, está a Escola Central de Nossa Senhora do Monte, carinhosamente apelidada de "Scolona", na Ilha Brava, que se encontra em um estado de degradação alarmante.
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O professor José Henrique Ramos, residente da “vila” de Nossa Senhora do Monte e docente da "Scolona", expressou sua profunda indignação em um desabafo que ecoou por toda a comunidade educativa na ilha. "Vi o Primeiro-Ministro a inaugurar na ilha do Sal uma escola moderna, como professor fiquei contente porque é bom estar num ambiente com algum conforto. Mas também como professor na 'scolona', como residente desta vila, aliás, vila só de nome e como bravense fiquei e estou revoltado pelo estado da degradação da nossa 'scolona'", declarou Ramos.
A dualidade entre a modernidade da nova escola no Sal e a precariedade da "Scolona" na Brava expõe uma realidade preocupante, a aparente negligência das autoridades em relação à educação na ilha. "Porque a Brava só recebe migalhas?", questiona o professor, clamando por respostas do Governo, do Ministério da Educação e das autoridades locais.
A "Scolona", outrora um símbolo de aprendizado e desenvolvimento na comunidade, hoje enfrenta um declínio visível. Paredes rachadas, tetos deteriorados e instalações precárias são apenas alguns dos problemas que afectam o dia a dia de alunos e professores.
"As nossas crianças também têm direito de estar numa escola com as mesmas condições", defende Ramos, ressaltando a importância de um ambiente escolar adequado para o desenvolvimento dos estudantes. O professor alerta que a "Scolona" está "morrendo", um grito de socorro que exige atenção urgente.
O desabafo de José Henrique Ramos não é apenas um lamento individual, mas um reflexo do sentimento de muitos bravenses que se sentem esquecidos e marginalizados. A comunidade clama por acções concretas para revitalizar a "Scolona" e garantir que as crianças da Brava tenham acesso a uma educação de qualidade, em condições dignas.
A situação da "Scolona" levanta questões cruciais sobre a distribuição de recursos e a priorização da educação em Cabo Verde. É fundamental que o governo e as autoridades competentes ouçam o apelo da comunidade da Brava e ajam prontamente para reverter o quadro de abandono e desigualdade.
Escola na ilha do Sal recem inaugurado