Em Cabo Verde há “medo de dizer a verdade”

Nov 16, 2015 - 07:03
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Em Cabo Verde há “medo de dizer a verdade”

[b]O diplomata e investigador cabo-verdiano Corsino Tolentino não tem dúvidas que em Cabo Verde há “medo de dizer a verdade”. E o pior, segundo disse é que os partidos políticos contribuem para isso.[/b]

Estas declarações foram feitas na quarta-feira, 11, em Mineápolis, nos Estados Unidos, onde Tolentino recebeu o prémio de carreira internacional Liderança 2015 da Universidade de Minnesota, onde havia estudado há 22 anos.

Foi durante a sua intervenção que o antigo ministro disse que apesar de “o balanço dos 40 anos de experiência a nível nacional ser extremamente positivo”, entretanto há muitas “deficiências de democracia” em Cabo Verde que precisam ser corrigidas como é o caso do “medo de dizer a verdade com os partidos políticos a contribuírem para a cultura dessa postura”.

Para o investigador, “a inexistência de um modelo de organização política que dê voz a todo o território de forma igual” também contribui para essas muitas “deficiências de democracia” em Cabo Verde.

[b]Bitola de cabo Verde não pode ser os piores países[/b]

Corsino Tolentino advertiu, ainda, para a necessidade de não se bitolar a governança de cabo Verde e a corrupção no País pelos piores países e chamou a atenção para o facto de em Cabo Verde “estarmos deslumbrados com a democracia formal, negligenciando trabalhar em melhorias”.

É que, como diz, apesar de toda a nossa bazofaria, 25 por cento dos cabo-verdianos vivem na pobreza e há um longo caminho por percorrer nos sectores da educação, saúde e segurança social.

Numa altura em que o País é assolado com factos concretos de não prestação de contas como é o caso do fundo do Ambiente e da TACV, Tolentino é categórico ao defender que a democracia “precisa ser reforçada pela prestação de contas”.

MS