Estado da Nação: Primeiro-ministro de Cabo Verde diz que estado da Nação é de confiança
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse hoje que a economia tem “recuperado bem” dos efeitos das crises e considerou que o estado da Nação é de “confiança e positivismo”
“O Estado da Nação é de confiança e positivismo”, afirmou o chefe do Governo, no arranque do tradicional debate que marca o fim do ano parlamentar em Cabo Verde, onde começou por sublinhar que o país ainda vive os efeitos de secas e de crises mundiais da pandemia e da guerra na Ucrânia, mas reafirmou várias medidas que contribuíram para diminuir a pobreza.
“Ainda existem pessoas a passarem por dificuldades? Sim, existem. É para haver menos pessoas e menos famílias em situação de pobreza, que estamos a trabalhar e vamos continuar a trabalhar”, traçou Correia e Silva, notando “progressos” na redução da pobreza, cuja meta é até 2026, eliminar a pobreza extrema e reduzir a pobreza absoluta para 20%.
“Ainda existem dificuldades? Sim. Ainda não atingimos os 100%? Vamos atingir”, prometeu ainda o chefe do Governo, notando que a economia tem “recuperado bem” dos efeitos das crises.
“A contração económica foi de 20,8% em 2020, segundo as contas nacionais definitivas. A recuperação foi de 7% em 2021 e 17,7% em 2022. Em dois anos, mais do que recuperamos a brutal quebra registada em 2020”, mostrou, dizendo que essa recuperação tem tido impacto no emprego.
Lembrando que o turismo foi o setor mais atingido pela crise provocada pela pandemia da covid-19, sublinhou que foi também o que mais rapidamente recuperou para níveis superiores ao período antes da pandemia.
“836 mil turistas em 2022. A meta é atingir 1,2 milhões de turistas até 2026. Continuaremos a investir na qualificação dos destinos turísticos Sal e Boavista e na afirmação das outras ilhas como destinos turísticos de acordo com as suas especificidades”, acrescentou.
Nos transportes, disse que a companhia aérea do país, a TACV, está a recuperar e a relançar a atividade, que a concessão da gestão dos aeroportos à Vinci já arrancou e que a concessão dos transportes marítimos interilhas aumentou a regularidade, a previsibilidade e as frequências das ligações marítimas.
Correia e Silva descreveu ainda vários investimentos em estradas um pouco por todo o país, ou em setores como a água, agricultura, pecuária, nas pescas, economia azul, recursos humanos e mobilização de financiamentos externos para outras infraestruturas.
Quanto ao desemprego jovem, reconheceu que ainda é elevado, mas notou progressos e disse que o Governo está a trabalhar para baixar os níveis do desemprego.
O primeiro-ministro disse que a segurança pública continua a merecer “a devida prioridade”, apontando várias medidas em curso, entre elas as operações especiais na Praia e no Mindelo, para dizer que o Governo vai continuar a investir na prevenção, na persuasão e na ação judicial.
“E para aqueles que estão sistematicamente stressados, a nossa palavra é que temos um programa de Governo para ser executado até 2026, não fomos eleitos para governar durante apenas dois anos. Temos uma estratégia de desenvolvimento, temos uma agenda para 2030, tenham paciência”, atirou, num discurso de 30 minutos, com muitas críticas à atuação do maior partido da oposição.
“Estamos a governar, estamos a produzir resultados, vamos produzir mais resultados, vamos transformar Cabo Verde é esta a nossa ambição, este é o nosso objetivo, essa é a nossa missão”, terminou.