Flávio Vieira é o novo presidente do Conselho Geral Directivo da ANMCV
O autarca mosteirense, Flávio Vieira, é o novo presidente do Conselho Geral Directivo da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde (ANMCV), enquanto Leida Santos assume a presidência do Conselho Directivo.
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Flávio Vieira concorreu contra o seu colega do partido Isaías Varela, presidente da Câmara Municipal de São Domingos, que tinha sido escolhido pelo Conselho Nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), na ausência de um entendimento para uma lista única.
Na sua primeira declaração à imprensa, na qualidade de presidente da ANMCV, manifestou a sua “total disponibilidade”, em articulação com todos os autarcas do País, na conformação de uma agenda que traduza, de facto, em “ganhos efectivos para o poder local e para o reforço e aprofundamento da descentralização”.
O autarca mosteirense defendeu ainda um quadro que promova o desenvolvimento social e económico dos municípios cabo-verdianos.
O autarca revelou, por outro lado, que a sua moção de estratégia assenta em “três grandes pilares”, que considera “fundamentais” para o reforço do poder local em Cabo Verde, nomeadamente a cooperação internacional, que, disse, passa por uma agenda de mobilização de parcerias e recursos para o financiamento do desenvolvimento dos municípios.
“O segundo pilar tem a ver com o reforço da cooperação institucional”, indicou o novo líder da ANMCV, acrescentando que é preciso trabalhar uma nova agenda para o reforço da “coesão interna ao nível das autarquias locais e a criação de um quadro de partilha de experiências e conhecimentos e know-how em questões ligadas à governação e desenvolvimento local”.
Na sua perspectiva, o terceiro pilar tem a ver com a afirmação do poder local no futuro, que passa pela edificação de uma escola de formação autárquica, a qual vai dispensar uma atenção muito especial na qualificação dos quadros das autarquias locais”.
Durante o seu mandato preconiza que a ANMCV disponha de um edifício próprio, além de estabelecer uma “parceria forte e estratégica” com as instituições do ensino superior em Cabo Verde, com vista a uma “formação contínua” dos quadros das autarquias locais.
Instado sobre uma possível aliança com os autarcas do MpD para a sua eleição, Flávio Vieira afirmou que tem dito, amiúde, que a ANMCV “não é um tabuleiro de representação político-partidária”.
“A ANMCV é uma instituição que representa os municípios e cuja missão é a defesa os seus interesses e o Congresso, enquanto órgão máximo para eleger os órgãos, tem a legitimidade de fazê-lo”, pontuou Flávio Vieira, esclarecendo que na qualidade de candidato manteve contactos com todos os autarcas, “independentemente das cores [políticas de cada um]”.
Segundo ele, é preciso que se perceba que a ANMCV “não é um espaço e, muito menos, uma arena de combate político-partidário, mas sim uma instituição criada e vocacionada para defender os interesses dos municípios”.
“Vamos pautar por um diálogo profícuo com o governo da República, no sentido de construirmos as pontes e os consensos políticos necessários para a aprovação dos instrumentos que são fundamentais para o salto que almejamos dar em matéria do poder local em Cabo Verde”, sublinhou Fábio Vieira.
Perguntado se a sua eleição poderá influenciar a corrida à liderança do PAICV, uma vez que foi apoiado pelo Nuias Silva, candidato a líder do partido tambarina, respondeu nestes termos: “Penso que não. Estamos a falar de um órgão externo do partido e com legitimidade própria, pelo que não haverá nenhuma interferência. O importante é que o PAICV passou a liderar o Conselho Directivo desta associação e o mais importante é unirmo-nos em torno de uma agenda comum e que promova um quadro desenvolvimentista”.
Por sua vez, a nova presidente do Conselho Direcitvo, Leida Santos, sublinhou a importância do poder local no País, reconhecendo que tem sido “determinante para o desenvolvimento económico das comunidades locais e para a melhoria de vida das suas populações”.
O candidato derrotado, Isaias Varela, em declaração aos jornalistas, manifestou a sua disponibilidade para colaborar com a direcção eleita a bem da ANMCV, felicitando o seu colega do partido.
“A democracia funcionou e aproveitamos para agradecer todas as pessoas que votaram em nós e também que não votaram, porque mostraram que, de facto, a democracia funcionou”, indicou Isaias Varela, que já tinha garantido que não vai candidatar-se à associação dos autarcas do PAICV.
Reconheceu que a sua derrota ficou a dever-se a uma “junção entre alguns eleitos do PAICV e do MpD”.
Inforpress/Fim