Fogo: “Construção de um País desenvolvido passa por aposta na educação e formação profissional” – Olavo Correia
O vice primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, disse na ilha do Fogo que para se construir um país desenvolvido é necessário apostar e investir na educação e formação profissional.
O vice primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, disse na ilha do Fogo que para se construir um país desenvolvido é necessário apostar e investir na educação e formação profissional.
O governante falava na cerimónia de assinatura do protocolo de cedência do centro de formação profissional de Ponta Verde, construído e equipa pela Fundação Água para Viver ao Estado de Cabo Verde, disse que se não for possível fazer “muitas coisas para aqueles que já tem idade avançada”, a obrigação do Governo é de “preparar o futuro melhor para a juventude”.
“A nossa grande ambição é evitar que a pobreza dos pais seja um elemento propiciador da pobreza dos filhos, e é por isso que o Governo está a trabalhar com convicção para que todas as crianças/adolescentes possam ter acesso gratuito ao ensino, mas também para que todos os jovem possam ter acesso a formação profissional independentemente do património dos pais”, disse o vice primeiro-ministro, para quem a formação profissional é a “maior arma” que se pode dar aos jovens neste “mundo competitivo”.
Para Olavo Correia é preciso qualificar os recursos humanos com domínio de línguas, de tecnologia, da história e no domínio de valores porque, segundo o mesmo, a ambição só pode ser concretizada se o País for capaz de produzir, ser eficiente e competir à escala global, o que implica, sintetizou, ter uma juventude portadora de valores de “meritocracia”, do trabalho, esforços, persistência, resiliência e espírito de servir o próprio país.
O ministro salientou que o Governo não quer um país de assistencialismo mas criar uma comunidade “autónoma e independente, bem formada com acesso ao emprego e rendimento” para construir a vida em dignidade, notando que a obrigação do Governo é “formar e educar com qualidade” a juventude para “ser e estar no mundo”.
Segundo o mesmo é necessário formar para duas questões fundamentais para o desenvolvimento, a formação de talentos e a valorização do sucesso, elementos que no dizer de Olavo Correia “infelizmente não estão bem enraizados em Cabo Verde”.
“Não há nenhum país que consiga desenvolver se não for capaz de identificar os talentos e os instrumentos para os apoiar e estimular nos vários domínios e áreas de actividades”, disse o vice primeiro-ministro, indicando que para a ilha do Fogo o Governo tem de apostar em três coisas essenciais.
Nomeou, a este propósito, ter jovens “bem qualificados e bem formados”, ter a ilha “conectada consigo mesma, com o país e com o mundo”, e ter mais água para, à volta da narrativa do vulcão e do vinho, construir os alicerces para o futuro melhor, cabendo o resto aos muitos empreendedores que a ilha tem.
O governante disse que no Orçamento do Estado para 2019 foi dotado mais de 700 mil contos “só para formação profissional”, indicando que o Governo quer “formar e preparar melhor cinco mil jovens” com formação profissional e mais cinco mil com estágio profissional, sendo que o Governo vai comparticipar com mais de 60 por cento (%) do custo dos estágios profissionais.
Olavo Correia garantiu à Fundação Água para Viver, que investiu mais de 50 mil contos no centro de Ponta Verde, que o Governo vai valorizar este activo e trabalhar para que a infra-estrutura sirva à ilha e, quiçá, o País, com um sistema permanente de formação em todos os domínios relevantes para a ilha.
O presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Jorge Nogueira, disse, por seu lado, que o acto de cedência da infra-estrutura ao Estado de Cabo Verde é “simbólico, mas expressivo e de grande significado” para o que a formação profissional pode e deve representar para a ilha e para Cabo Verde.
A semelhança do vice-primeiro-ministro, o edil de São Filipe deixou garantias de tudo fazer para que este centro começa a funcionar dentro de seis meses, observando que este acto representa o início de uma “grande caminhada” para se ter jovens formados “com qualidade” e poder dar respostas à procura que a ilha vai ter nos próximos tempos”.
“A formação profissional é importante e o Fogo precisa”, afirmou Jorge Nogueira, para quem 2019 vai ser “um ano determinante” para o “arranque e para uma outra aceleração” do desenvolvimento da ilha, já que “passo a passo os problemas e obstáculos estão sendo vencidos”, como o transporte, o incremento do turismo e a problemática de água.
Na ocasião, Jorge Nogueira garantiu aos jovens que por falta de condições dos pais não puderam continuar os estudos de que a câmara “aposta fortemente” no investimento na formação profissional e que este ano vai contemplar 100 jovens com bolsas de estudos para formação profissional, além dos que serão contemplados pelo Governo, combatendo a exclusão e garantir que todos tenham oportunidade.
JR/AA
Inforpress/Fim