Fogo: Encarregada de Negócios da Embaixada dos EUA destaca papel histórico do Fogo e Brava com América
A encarregada de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Cabo Verde, Marissa Scott Torres, destacou hoje o papel histórico das ilhas do Fogo e da Brava com os Estados Unidos.
A encarregada de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Cabo Verde, Marissa Scott Torres, destacou hoje o papel histórico das ilhas do Fogo e da Brava com os Estados Unidos.
A responsável, que presidia a abertura da segunda conferência promovida pela Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) sobre a celebração dos 200 anos de relações de amizade entre EUA e Cabo Verde, disse que “historicamente o Fogo, bem como a vizinha ilha Brava têm uma ligação muito profunda com os Estados Unidos, através do primeiro surto de emigração associada a pesca da baleia”.
Marissa Scott Torres lembrou que foi a partir das duas ilhas que saiu a maioria dos emigrantes para os Estados Unidos e que face a esta ligação histórica, as duas ilhas comportam hoje o maior número de cidadãos americanos de origem cabo-verdiana, residentes.
“A Embaixada dos EUA orgulha-se de participar nesta série de conferências EUA – Cabo Verde, como elemento central da nossa campanha do bicentenário, para assinalar os laços que datam do seculo XVIII, quando o primeiro consulado dos EUA na África ao sul do Sahara foi criado e em solo de Cabo Verde”, disse.
Já Saidu Bangura, da comissão cientifica e organizadora, notou que o evento enquadra-se no ciclo de conferências, iniciado em Janeiro e que se prolonga até meados de Junho, e tem por objectivo compreender a história das relações de amizade entre os Estados Unidos e Cabo Verde, os seus benefícios e ganhos para os cabo-verdianos residentes arquipélago como os que residem no solo americano.
Observou que com a sua realização não se se pretende provocar a emigração nem pedir os que lá vivem para regressar, mas a pretensão é para saber a história da relação de amizade entre os dois países e povos, como começaram, em que pé estão as relações e como se pode perspetivar o futuro dessa relação, acrescentando que com o ciclo de conferências pretende-se “deixar marcas e documentos”, razão pela qual organizou-se conferencias académicas.
Questionado se a ilha Brava, tendo em conta a sua ligação com a emigração para os Estados Unidos, será contemplada com a conferência, Saidu Bangura disse que a partir de Outubro será analisada esta possibilidade, porque a ideia com as conferências é ajudar também as possas a entenderem o papel de Cabo Verde, não só para os cabo-verdianos, como para a zona de CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
A conferência incidiu sobre três painéis, nomeadamente “América na obra romanesca do escritor foguense Henrique Teixeira de Sousa”, “Representações sociais sobre emigração para Merka (América) na ilha do Fogo, Cabo Verde” e “O papel de Cabo Verde na política de segurança e defesa dos Estados Unidos da América”, apresentados pelo professor e activista cultural Fausto do Rosário, pelo estudante Paulino Oliveira do Canto, e pelo professor universitário Odair Barros Varela.
Depois de discorrer sobre as varias referências sobre América nas obras do escritor e médico foguense Henrique Teixeira de Sousa, que, se estivesse vivo completaria este ano o centenário do seu nascimento, Fausto do Rosário considerou “ser de capital importância a tradução para a língua inglesa das obras de Teixeira de Sousa”, tendo referido que em 1984, na revista “Ponto & Virgula”, o antigo professor de inglês do Liceu Gil Eanes, Rendall Leite, publicou uma tradução do conto “Menos Um” sob o titulo “One less”.
“Não duvido, que em cumprindo este desiderato, estaríamos a cimentar de forma perene estes 200 anos de relações Cabo Verde – América, que ora celebramos”, disse.
JR/CP
Inforpress/Fim