Francisco Feijoo Barbosa, uma Homenagem a titulo postumo - Carlos Tavares

Há momentos, que a ingratidão da vida nos obriga a uma reflexão mais profunda, como: de onde viemos, para onde vamos e o que levamos connosco! Do mundo material é sabido que não se leva nada. Do espiritual sim, transporta-se tudo. Carrega-se no próprio lombo tudo o que se fez de bem e de mal durante a passagem terrena.

May 19, 2018 - 19:10
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Francisco Feijoo Barbosa, uma Homenagem a titulo postumo - Carlos Tavares

Há momentos, que a ingratidão da vida nos obriga a uma reflexão mais profunda, como: de onde viemos, para onde vamos e o que levamos connosco!

Do mundo material é sabido que não se leva nada. Do espiritual sim, transporta-se tudo. Carrega-se no próprio lombo tudo o que se fez de bem e de mal durante a passagem terrena.

Todos nós sabemos que a morte é certa, para isso basta nascer. Porém, é também líquido que nunca nos habituemos a ela, nunca se consegue coabitar com este funesto acontecimento. Apesar do passamento estar presente nas nossas vidas, nunca o familiarizamos com ela ou melhor nunca o aceitamos. Podemos ter um ente-querido a sofrer e a definhar com uma doença terminal, mas nunca aceitamos a sua morte, apesar de se estar consciente que muito das vezes a morte é a melhor solução tanto para o doente e para a família. É sempre muito pesaroso quando ela chegar. Não a assentimos, e nunca sentirmo-nos preparados.

Muitas vezes quando ela chegar, desfaz-nos e nos leva a uma série de interrogações absurdas do tipo: a notícia é verídica? Porque ele? É claro que passado o susto caímos na real e anuímos de forma normal e resignadamente.

Foi o que aconteceu comigo quando ouvi a triste notícia do passamento físico do meu saudoso amigo Feijoo Barbosa. Eram12 horas e 35 minutos do dia 5 de Maio do corrente ano.

A minha estupefação com essa triste notícia deveu-se ao facto de eu e o defunto termos uma amizade forte, real e sincera. Era uma benquerença tão robusta e fraterna que surpreendia muitas pessoas, diga-se de passagem de mente curta e mesquinha, que não entendiam como duas pessoas de partidos rivais podiam ser tão amigas. Coabitámos juntos desde a década de noventa, mais concretamente desde que a comunidade cabo-verdiana  adquiriu o imóvel onde se situa CACD em 120 High St. Pawtucket, que é o símbolo da cabo-verdianidade em Rhode Island. É de recordar e exaltar a figura do Sr. Feijoo Barbosa como o principal patrocinador na obtenção deste imobiliário. Aliás, foi este ícone, quem patrocinou o piso que subsiste até hoje no CACD, construído por mim e seus filhos Gabi, Cau e Bert.

Sinto na obrigação de fazer esta homenagem póstuma, não só pela simples inspiração mas por obrigação, em virtude de uma amizade fraterna e profunda que nutríamos um pelo outro, não obstante, por motivos alheio a minha vontade, passarmos mais de um ano sem nos vermos. E de certeza, a força da nossa relação, pois não acredito em coincidência, uma semana antes da sua morte, estivemos, por mais de uma hora, juntos na sua loja pondo a conversa em dia, e convidá-lo para a celebração do meu aniversario que se realiza no próximo mês de Julho. Convite esse que ele aceitou com agrado dizendo, que apesar de há muito tempo não ter ido a uma festa, iria fazer de tudo para conjuntamente com o Gabi agraciar-me com a sua presença.

Mas infelizmente assim não quis o destino! Todavia, posso garantir que a sua memória estará comigo para sempre.

Por  considera-lo um ícone desta comunidade por tudo o que fez em prol dos cabo-verdianos de Rhode Island e com destaque para os bravenses, ilha que o viu nascer, acho que a sua morte deixou um vazio incomensurável nas nossas gentes e não só. Feijoo Barbosa era uma figura pública de Cabo Verde. Pois, foi Cônsul Honorário em Pawtucket por muitos anos e, por isso, congratulo-me ao ouvir dos seus filhos, que estiveram presente na cerimónia fúnebre  em representação do Estado de Cabo Verde, o Excelentíssimo Senhor Embaixador de Cabo Verde nos EUA e o Sr. Cônsul Geral de Cabo Verde em Boston, os Drs. Carlos Veiga e Herminio Moniz respetivamente. É de salientar que ainda receberam condolências da presidência da república e do Governo.

FEIJOO TCHEU KOSA UM TEM PA DZE PORQUE BO ESTORIA É UM LIVRO SEM FIM

Faço votos que que os sapientes herdeiros, saibam memorizar a sua obra preservando-os.

Que a terra lhe seja leve

Pawtucket, RI 18 de Maio 2018

Por; Carlos Tavares