Francisco Tavares e a persistência nos erros que custaram a vitória nas eleições de 01 de Dezembro

Uma das principais falhas de Tavares durante o mandato e durante a campanha foi sua aversão à crítica, especialmente nas redes sociais. Muitos observadores apontaram que a maneira agressiva e impetuosa com que ele respondia às críticas – em vez de optar por uma postura mais diplomática ou construtiva – acabou afastando eleitores e gerando uma imagem negativa em torno de sua candidatura. Em vez de se concentrar nas propostas e apresentar soluções para os problemas da população, Tavares preferiu engajar-se em disputas digitais, o que acabou lhe custando a confiança de boa parte dos eleitores.

Apesar disso, parece que Tavares não tem consciência de que sua postura diante da crítica foi um dos fatores determinantes para a sua derrota. Ao invés de focar na passagem dos dossiers e na transição de gestão para a nova equipa, uma tarefa urgente e necessária nesse período pós-eleitoral, ele continua a gastar preciosas horas nas redes sociais, respondendo a todos os comentários, boas ou más críticas, com a mesma intensidade que demonstrou durante o mandato e durante a sua campanha. Esse comportamento reflete uma falta de priorização e uma obsessão pela aprovação digital, em detrimento de questões mais relevantes e urgentes para sua própria trajetória política e pessoal.

Enquanto o novo governo local assume seus postos e a ilha segue em frente, Tavares parece mais interessado em manter sua presença nas redes sociais do que em preparar-se para os desafios políticos que virão. Com o foco deslocado para discussões infrutíferas e públicas nas plataformas digitais, ele ignora uma responsabilidade crucial: a de assegurar que a transição de poder seja feita com a maior eficiência possível, facilitando o trabalho da nova gestão.

Diante dessa postura, quem observou de perto a campanha de Tavares, e sua falta de maturidade política, talvez até tenha um conselho importante a oferecer: Francisco, guarde para si a pouca reserva política que lhe resta e foque na construção de um projeto mais consistente para o futuro. A eleição de 2026, para o cargo de deputado nacional, ainda é uma possibilidade, mas para isso ele precisará ser mais sábio e mais cauteloso. Será necessário que Tavares compreenda que a política não se resume a ganhar seguidores nas redes sociais, mas a construir um legado baseado no respeito às instituições e na capacidade de dialogar com as diferentes correntes políticas e sociais.

Se o ex-candidato continuar a se perder nas batalhas digitais e a adotar a mesma estratégia reativa, corre o risco de fracassar novamente. O tempo é agora, e o caminho para o futuro depende da capacidade de aprender com os erros do passado e de se reinventar para as novas exigências do cenário político. Para 2026, Tavares terá que mostrar uma postura mais madura, mais focada e, acima de tudo, mais aberta ao diálogo e à crítica construtiva. Caso contrário, sua trajetória política pode chegar ao fim antes mesmo de ter a chance de prosperar.

MS