Governo: Sondagem do PR e remodelação criam mal-estar
Estão aumentar as críticas internas à liderança de Ulisses Correia e Silva. Segundo informações recolhidas por este jornal, a recente sondagem encomendada pelo Presidente da República que avaliou muito mal a maioria dos membros do governo e as mudanças no actual executivo que tardam a chegar estão na origem de algum mal-estar que se regista, neste momento, no seio do partido no governo.
Estão aumentar as críticas internas à liderança de Ulisses Correia e Silva. Segundo informações recolhidas por este jornal, a recente sondagem encomendada pelo Presidente da República que avaliou muito mal a maioria dos membros do governo e as mudanças no actual executivo que tardam a chegar estão na origem de algum mal-estar que se regista, neste momento, no seio do partido no governo.
Antes do debate sobre o Estado da Nação, vários dirigentes e militantes – alguns são ex-deputados e ministros do governo do MpD- não esconderam a sua insatisfação perante a alegada sondagem que, segundo diz um jornal da praça, o Presidente da República terá encomendado à firma Pitagórica, na Praia, para conhecer o desempenho do actul executivo de Ulisses Correia e Silva.
«Atendendo o princípio constitucional de separação de poderes que todos os titulares de cargos políticos deve respeitar, o Chefe de Estado não tinha que mandar fazer nenhum estudo para avaliar o desempenho do governo», comentou um dos ouvidos por este jornal, para quem, a se confirmar, «essa iniciativa presidencial pode ser interpretada como uma alegada interferência do PR na actividade do governo».
Fundamenta a mesma fonte que o estudo, cujos resultados foram postos a circular antes do debate sobre o Estado da Nação, revela um desempenho individual muito negativo por parte da maioria dos membros do acutal governo – apenas três (Abraão Vicente, Fernando Elísio Freire, Luís Filipe Tavares) estão alegadamente avaliados com mais de 60% de desempenho, enquanto «os restantes membros do Governo aparecem mal cotados no inquérito com desempenho e notoriedade a se situarem entre 14 e 20%».
Sinais e rolar de cabeças
Considera o interlocutor deste jornal que, a fazer fé nesses dados, significa que o Primeiro-Ministro Ulisses Correia e Silva deve o quanto antes remodelar - incluindo o problemático ministro Abraão Vicente - quase todo o governo – isto diante dos fracos resultados da actual governação, com destaque para o não cumprimento das promessas feitas durante a campanha eleitoral.
Os radicais ventoinhas vão mais longe, a ponto de indicarem potenciais sucessores de Ulisses Correia e Silva na chefia do Governo. Um deles, segundo alguns sugeriram no fórum do Asemanaonline, pode ser o actual ministro das Finanças Olavo Carreia.
Para analistas atentos, a liderança de Ulisses Correia e Silva precisa de interpretar bem esses sinais que podem significar alguma mudança na correlação de forças no interior do MpD, com destaque para a tendência PCD que está crítica e actuante a nível dos órgãos da soberania(AN, PR, Tribunal Constitucional) e do Poder Local - Câmara da Praia e não só.
Ou seja, para as mesmas fontes, terminado que está o debate sobre o Estado da Nação, «em que o partido do governo não saiu tão bem», Ulisses Correia Silva deve agora, como tinha admitido, remodelar o seu executivo, fazendo rolar cabeças que forem necessárias e acelerar assim a implementação do programa do seu governo.
Asemana