Guilherme Augusto da Cunha Dantas Breves notas biográficas
Na localidade de Pé da Rocha, ilha Brava a 170 anos (25 de Junho de 1849) nasceu o poeta Guilherme Augusto da Cunha Dantas, filho do Primeiro Tenente de Artilharia Vitorino João Carlos Dantas Pereira e de Isabel da Cunha. Guilherme Dantas, estudou na Escola Real de Mafra, Portugal, onde em consequência de um banho frio em pleno inverno, ficou surdo. Funcionário público, bibliotecário da primeira Biblioteca Pública de Cabo Verde e, a partir de Outubro de 1877, amanuense da contadoria da junta da Fazenda Pública. Era parente do escritor português Júlio Dantas.
Na localidade de Pé da Rocha, ilha Brava a 170 anos (25 de Junho de 1849) nasceu o poeta Guilherme Augusto da Cunha Dantas, filho do Primeiro Tenente de Artilharia Vitorino João Carlos Dantas Pereira e de Isabel da Cunha. Guilherme Dantas, estudou na Escola Real de Mafra, Portugal, onde em consequência de um banho frio em pleno inverno, ficou surdo. Funcionário público, bibliotecário da primeira Biblioteca Pública de Cabo Verde e, a partir de Outubro de 1877, amanuense da contadoria da junta da Fazenda Pública. Era parente do escritor português Júlio Dantas.
Segundo José Lopes, foi um poeta lírico e romântico, mas como jornalista, foi um temivel polemista na linha de Augusto Barreto e Eugénio Tavares (tambem nascido em Pé da Rocha), alem de escrever artigos de crítica literária. Assinava os seus escritos como Guilherme Cunha ou usava as iniciais <<A.C.>>. Colaborou no Boletim Official, nos jornais Independente (Praia, 1877-1889) de que terá sido um dos fundadores, A Imprensa (Praia, 1880-1881) e A Voz de Cabo Verde (Praia, 1911-1919), neste, postumamente, e no anuário Almanach de Lembranças Luso-Brasileiro (Lisboa, 1851-1932).
Publicou no Boletim Official um texto datado da Praia, a 26 de Maio de 1886, em que agradece a ajuda que <<vários senhores>> deram (cada um 5.000$000 réis) para que pudesse enviar ao prelo o seu livro Noites de Cabo Verde – Poesias – já que a despesa geral foi orçada em 100.000$000 réis – ficando cada um <<com um volume lindamente encadernado>>.
Hypolito da Costa Andrade, o amigo que lhe escreveu o elogio fúnebre no Boletim Official e no Almanach de Lembranças Luso-Brasileiro, diz que Dantas lhe dera um nanuscrito para prefaciar, um romance por título Os Embriões, que conservava em seu poder e que o capitão Marcelino Pires da Costa estava em posse de outro Manuscrito.
Guilherme Dantas faleceu na cidade da Praia, ilha de Santiago, a 24 de Março de 1888, vitima de uma lesão cardíaca e de outros padecimentos.
Dantas tem publicado Contos Singelos, Typographia Mafrense, Mafra, Portugal, 1867, e, postumamente, Poesias, Instituto Cabo-verdiano do Livro, Praia, 1996, e Memórias dum Pobre Rapaz, Instituto Nacional da Biblioteca e do Livro, Praia 2007.
Em 2016, o meu amigo, Manuel Brito Semedo, Doutor em Antropologia, organizou Contos e Bosquejos, do qual transcrevemos estas notas biográficas.
Que a Brava passa a recordar, que um dia depois do “Nho San Djon”, nasceu mais um vate em Pé da Rocha, Guilherme Augusto da Cunha Dantas. <<Que o olvido, esse ingrato esquecimento, nao apague sua memória, e por largos tempos lhe vão os conterráneos esfolhar piedosamente goivos e saudades sobre a campa amiga!>> - Hypolito da Costa Andrade.
<<Tu nasceste numa terra onde o Sol se ri, como as raparigas brancas e puras: não é justo que jazas numa terra onde o Sol morde como escorpião.
Foste modesto. Has-de repousar entre a pobreza, entre flores, no seio fresquíssimo da Brava, longe da insolência dos mármores e da hyperbole ridicula dos pomposos epitáfios.>> - Eugenio Tavares, Agosto de 1899.
@Spinola64