Ilha Brava: Aumento das denúncias de casos de VBG “não é” necessariamente negativo – Isis Labrunie
O aumento das denúncias dos casos de VBG na Brava, no último mês, “não é necessariamente um caso negativo ou alarmante”, considerou Isis Labrunie, formadora dos líderes comunitários em igualdade de género e Violência Baseada no Género (VBG).
O aumento das denúncias dos casos de VBG na Brava, no último mês, “não é necessariamente um caso negativo ou alarmante”, considerou Isis Labrunie, formadora dos líderes comunitários em igualdade de género e Violência Baseada no Género (VBG).
Isis Labrunie, falava à Inforpress, no acto de abertura da referida formação na ilha Brava, afirmando que, normalmente, são casos que já vêm acontecendo há algum tempo, e que através da socialização do conhecimento da lei, aumentam os números de denúncias, principalmente numa ilha, “onde historicamente não tem tido números muito alto de denúncias”.
É com este propósito que a formadora está na ilha, para “munir” os líderes comunitários de mais ferramentas e conhecimentos essenciais, de forma a incentivar as vítimas a denunciarem os casos e juntos “pôr” um fim à VBG.
“Com esta capacitação, queremos que seja transmitida à comunidade de onde vem estes diferentes líderes a formação necessária para que as vítimas e outras pessoas que têm conhecimento possam denunciar esses casos, conhecer as medidas sociais e de protecção existentes”, salientou Isis Labrunie.
João Duarte, um dos participantes, disse que veio participar na formação para ter “mais conhecimentos” na área, com o intuito de sair “mais rico”, para apoiar a comunidade “como deve ser”, em matéria de igualdade de género e VBG.
Segundo o mesmo, este é um flagelo social e só com a “união” comunitária é possível combaté-lo.
Até porque, conforme avançou, na ilha existem “vários casos”, mas que muitas vezes, não são do conhecimento das entidades competentes, devido à falta de informação suficiente por parte das vítimas, que as vezes “não sabem do que se trata”.
Na matéria de Igualdade e Equidade de Género, João Duarte parte da opinião que na “Ilha das Flores”, “devido à mentalidade e a falta de informação, este é um facto que gera muitos conflitos, levando à prática da VBG”.
É que, de acordo com esta fonte, na ilha, ainda existem várias mulheres que “não lutam” pelos seus direitos, e se submetem várias vezes aos “desejos e ordens” dos homens, que são “um pouco machistas”.
Entretanto, o mesmo acredita que com mais partilha e mais acções de formação, é “possível” mudar esta mentalidade e ter uma comunidade mais “equilibrada”, na matéria de igualdade e equidade de género.
A formadora apelou aos participantes no sentido de transmitirem os conhecimentos que vão receber nesta acção formativa de dois dias, e que sejam “multiplicadores” das informações que vão receber.
Esta acção de capacitação contemplará todos os municípios, ministrada pelo Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), em parceria com a cooperação espanhola.
Assim, o ICIEG pretende dotar homens e mulheres de recursos e ferramentas que posteriormente contribuirão para comunidades pro-igualdade e uma maior prevenção da VBG a nível das localidades, com vista a atingir o quinto Objectivo Estratégico de Desenvolvimento 2017-2030, que é a erradicação de todas as formas de VBG, especialmente da violência vivida por mulheres e meninas.
MC/ZS
Inforpress/Fim