Ilha Brava: Casos de VBG têm aumentado no mês de Agosto – Técnica do ICIEG
A responsável pelo Centro de Apoio às Vítimas VBG na ilha Brava, Edite Brito, disse hoje à Inforpress que os casos de Violência Baseada no Género (VBG) aumentaram no mês de Agosto.
A responsável pelo Centro de Apoio às Vítimas VBG na ilha Brava, Edite Brito, disse hoje à Inforpress que os casos de Violência Baseada no Género (VBG) aumentaram no mês de Agosto.
Em entrevista à Inforpress, a responsável manifestou a sua preocupação com o aumento do número de casos de vítimas de VBG, registados até ao momento pois, segundo ela, no mês de Junho, registaram-se dois casos, em Julho cinco, e no mês de Agosto, o gabinete contabilizou nove casos.
Conforme explicou a psicóloga, “é um facto preocupante”, visto que têm sido realizadas várias campanhas de sensibilização na ilha, pelo que o Centro de Apoio às Vítimas VBG vai “aumentar e utilizar outras estratégias”.
Segundo a técnica do Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade do Género (ICIEG), os casos de VBG mais detectados na ilha são a nível físico, psicológico e patrimonial, embora acredite que existam casos de violência sexual.
Às vítimas ainda possuem um “pouco de receio” em relação à procura do espaço, para não serem vistas de forma a evitar comentários numa ilha pequena como a Brava.
Mas, a fonte assegurou que para os casos de anonimato, o Centro de Apoio às Vítimas VBG mantém a posição solicitada pelas vítimas, encaminhando os casos para a Procuradoria ou tribunal.
“As entidades devem sempre trabalhar neste sentido, para salvaguardar a vítima, evitando casos onde o agressor tem conhecimento antes de serem tomadas medidas preventivas, acabando por causar transtornos piores”, salientou a psicóloga.
Daí, além do anonimato, a técnica, pede sempre a urgência na resolução destes casos.
“Em alguns casos, pode até demorar um pouco, mas esta situação só acontece quando o agressor tem conhecimento de que a vítima fez a queixa, também o faz, e por ser dois crimes em um, leva um pouco mais de tempo”, explicou.
Edite Brito realçou que não existe um motivo específico para a prática e submissão de VBG na ilha, em muitos casos, a situação social e o sustento das famílias, são as causas que levam às mulheres a suportar a violência.
O Gabinete oferece às vítimas apoio psicológico, jurídico, em alguns casos, apoio social, através da autarquia e da Comissão Regional de Parceiros (CRP).
Edite Brito realça que, em alguns casos, após o atendimento, às vítimas apoiadas têm regressado ao espaço, com satisfação, pelo trabalho feito “manifestando melhorias”, mas outras nem tanto.
Para finalizar, Edite Brito faz um apelo às vítimas, no sentido de procurarem apoio, “não só para prestarem queixas, mas para receberem uma orientação como forma de tentar minimizar a violência”, pois, conforme enfatizou, “é uma tarefa de todos”.