Ilha Brava: É “um desperdício” uma ilha com estas potencialidades com pouco desenvolvimento
O Presidente da República (PR), Jorge Carlos Fonseca, considerou hoje, no final de uma visita à Brava, ser “um desperdício”, uma ilha com todas estas potencialidades, mas que “são pouco exploradas”.
O Presidente da República (PR), Jorge Carlos Fonseca, considerou hoje, no final de uma visita à Brava, ser “um desperdício”, uma ilha com todas estas potencialidades, mas que “são pouco exploradas”.
Mesmo, reconhecendo o trabalho que tem sido feito pelo Governo e o esforço da Câmara Municipal da ilha, o chefe de Estado pediu “um olhar mais atento e mais valor para a ilha”.
Este pedido não se restringe somente às entidades governamentais, mas de acordo com o PR, a população da ilha, também, “deve e tem de dar o seu contributo”.
“Os bravenses devem dar mais valor a esta ilha. Os que estão no exterior devem apoiar, investir mais na ilha, trabalhar as casas que deixaram aqui, aos que aposentarem, que regressem à ilha, tudo para que a Brava conquiste o lugar que merece a nível nacional, como já teve no passado”, apelou Jorge Carlos Fonseca.
Para o chefe de Estado, a Brava tem “enormes potencialidades de desenvolvimento, nomeadamente no plano cultural, de economia de serviços e de turismo”, caso houver melhoria de alguns serviços, como a nível de transporte e da saúde.
Durante os quatro dias de vista, Jorge Carlos Fonseca disse que teve a oportunidade de auscultar as entidades locais, assim como pessoas de diversas localidades, para se inteirar da situação da ilha, no que tange ao acesso à saúde, problemas de habitação, de vias de comunicação e das demais dificuldades do dia-a-dia.
Conforme salientou Jorge Carlos Fonseca, a ilha já tem vindo a ter alguma atenção, mas que está “muito aquém” da que merece para entrar no circuito das outras ilhas do país.
O Presidente da República elencou algumas actividades de “grande porte” que têm vindo a ser realizadas na ilha, mas que, a ser ver, ainda não são suficientes.
“Ano passado participei na abertura do dia da arquitectura aqui na ilha, as actividades do Sete Sóis Sete Luas, a Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde vai realizar a assembleia-geral aqui na ilha, no próximo ano será celebrado o dia da Europa”, elencou, observando que precisam ser criadas condições, para que actividades do tipo sejam realizadas sempre.
Jorge Carlos Fonseca lamentou ainda, o facto de a ilha ser “tão rica” a nível cultural e a mesma não ter sido mais explorada.
“É uma ilha da cultura, onde nasceu e viveu Eugénio Tavares, ilha de grandes músicos, grandes figuras intelectuais e de história de Cabo Verde, como Senna Barcelos, Lopes Vasconcelos, Djidjinho, Nho Raúl, Vuca Pinheiro, mas mesmo assim, no processo de desenvolvimento do país, tem estado um pouco fora do centro, não tem tido acesso da mesma forma de outras ilhas e regiões do país, ao crescimento e desenvolvimento que Cabo Verde tem tido, nestas quatro décadas de independência e duas décadas e meia de democracia”, reconheceu.
Além disso, Jorge Carlos Fonseca elencou um conjunto de potencialidades que a ilha tem para desenvolver um turismo rural e ecológico, apontando algumas zonas de “beleza rara”, como Nova Sintra, Cova Joana, Cantinho, Nossa Senhora do Monte, Fajã D´Água, Mato, Fontaínhas, Cova Galinha, zonas que ele teve a oportunidade de visitar.
O Presidente Jorge Carlos Fonseca veio à Brava a convite do Festival Sete Sóis Sete Luas, que comemora os seus 20 anos de presença em Cabo Verde, e apenas sete na Brava e foi ele, como presidente honorário do festival, que propôs ao director da associação para incluir Nova Sintra nesta rede.