Ilha Brava: Irmãs Franciscanas completam 59 anos a servir os mais pobres e vulneráveis
As Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição completaram sábado, 08, 59 anos ao serviço da comunidade bravense, principalmente dos mais pobres e vulneráveis.
As Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição completaram sábado, 08, 59 anos ao serviço da comunidade bravense, principalmente dos mais pobres e vulneráveis.
Em entrevista à Inforpress, duas das irmãs desta associação, residentes na ilha Brava, contaram a história de como surgiu este grupo, a missão e o que têm feito até hoje.
Segundo a Irmã Bárbara Correia, o trabalho deste grupo iniciou-se numa altura em que havia “muitas dificuldades” na ilha Brava e o intuito não era para serem Irmãs de Caridade.
Conforme a mesma fonte, foi a 08 de Dezembro de 1959, que o padre Pio Gottin, na altura superior dos Padres Capuchinhos em Cabo Verde e pároco de S. João Baptista e Nossa Senhora do Monte, na Ilha Brava, deu início à obra de evangelização e assistência social na Escola Materna, com as jovens Maria Fernanda Martins de Macedo e Deolinda Ramos Vicente.
“Nessa altura, padre Pio pensou em fazer um trabalho diferente e criou a casa onde as duas irmãs acolhiam um grupo de cerca de 30 crianças para aulas e catequese e tinham com elas algumas assistentes, para descobrir vocações”, contou a irmã Lulucha, uma das assistentes na altura.
Na casa, as crianças aprendiam “de tudo” para seguirem os “bons exemplos”, desde a escola que na altura não era possível colocar todas as crianças, à catequese e os ensinamentos do padre e das irmãs que dedicavam o seu tempo a cuidar delas.
Aos poucos, algumas crianças do Fogo começaram a frequentar a casa, que também era o “centro de formação de catequistas” e daí foram aumentando o número de Irmãs Franciscanas no país.
Neste momento são cerca de 40 irmãs e várias postulantes e aspirantes, estando em quase todas as ilhas do país, excepto São Nicolau e Maio, e ainda existe um grupo nos Estados Unidos na comunidade cabo-verdianos.
A irmã Bárbara salientou que com o crescimento do grupo pelo País, elas pediram para que o grupo fosse elevado a categoria de uma associação.
Daí, foi erguida canonicamente a Associação das Consagradas Franciscanas da Imaculada Conceição, a 18 de Abril de 1976, e o bispo da diocese, D. Paulino Livramento Évora, recebeu nela os membros da Fraternidade e aprovou as suas normas de vida logo em Julho do mesmo ano, nomeou o Padre Pio Gottin, seu fundador, como delegado da associação.
Segundo a Irmã Bárbara, a missão deste grupo continuou a mesma e, até hoje, elas trabalham com “as pessoas mais pobres e com mais necessidade, escola, catequese e enfermaria”, pois a associação teve a preocupação de formar as irmãs nestas três áreas.
Depois de alguns anos, fizeram formações e trabalharam na Casa Betânia, na ilha do Fogo, onde eram colocados os leprosos, com apoio de um médico leprólogo italiano Alexandro Loretti, até o encerramento da casa.
Após o encerramento da Casa Betânia, ficaram algumas pessoas que foram abandonadas pelos familiares, passaram para uma outra residência juntamente com as irmãs e hoje têm na ilha do Fogo a casa Madre Teresa, onde acolhem todos que necessitam de abrigo e companheirismo, principalmente os idosos.
Na ilha Brava, neste momento são somente três e lamentam a “falta de vocação” por parte da camada jovem, o que está a levar esta comunidade a “cair um pouco”, porque, segundo elas, “estão a ficar cada dia mais cansadas”.
Mesmo assim, dizem que não vão desistir, vão continuar a trabalhar para “tentar resgatar” jovens com vocação, e “levar para a frente” o instituto para frente com “trabalho e humildade” a bem da sociedade.
O aniversário foi comemorado com uma eucaristia.
MC/AA
Inforpress/Fim