Ilha Brava: Irmãs Franciscanas completam 59 anos a servir os mais pobres e vulneráveis

As Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição completaram sábado, 08, 59 anos ao serviço da comunidade bravense, principalmente dos mais pobres e vulneráveis.

Dec 16, 2018 - 10:37
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Ilha Brava: Irmãs Franciscanas completam 59 anos a servir os mais pobres e vulneráveis

As Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição completaram sábado, 08, 59 anos ao serviço da comunidade bravense, principalmente dos mais pobres e vulneráveis.

Em entrevista à Inforpress, duas das irmãs desta associação, residentes na ilha Brava, contaram a história de como surgiu este grupo, a missão e o que têm feito até hoje.

Segundo a Irmã Bárbara Correia, o trabalho deste grupo iniciou-se numa altura em que havia “muitas dificuldades” na ilha Brava e o intuito não era para serem Irmãs de Caridade.

Conforme a mesma fonte, foi a 08 de Dezembro de 1959, que o padre Pio Gottin, na altura superior dos Padres Capuchinhos em Cabo Verde e pároco de S. João Baptista e Nossa Senhora do Monte, na Ilha Brava, deu início à obra de evangelização e assistência social na Escola Materna, com as jovens Maria Fernanda Martins de Macedo e Deolinda Ramos Vicente.

“Nessa altura, padre Pio pensou em fazer um trabalho diferente e criou a casa onde as duas irmãs acolhiam um grupo de cerca de 30 crianças para aulas e catequese e tinham com elas algumas assistentes, para descobrir vocações”, contou a irmã Lulucha, uma das assistentes na altura.

Na casa, as crianças aprendiam “de tudo” para seguirem os “bons exemplos”, desde a escola que na altura não era possível colocar todas as crianças, à catequese e os ensinamentos do padre e das irmãs que dedicavam o seu tempo a cuidar delas.

Aos poucos, algumas crianças do Fogo começaram a frequentar a casa, que também era o “centro de formação de catequistas” e daí foram aumentando o número de Irmãs Franciscanas no país.

Neste momento são cerca de 40 irmãs e várias postulantes e aspirantes, estando em quase todas as ilhas do país, excepto São Nicolau e Maio, e ainda existe um grupo nos Estados Unidos na comunidade cabo-verdianos.

A irmã Bárbara salientou que com o crescimento do grupo pelo País, elas pediram para que o grupo fosse elevado a categoria de uma associação.

Daí, foi erguida canonicamente a Associação das Consagradas Franciscanas da Imaculada Conceição, a 18 de Abril de 1976, e o bispo da diocese, D. Paulino Livramento Évora, recebeu nela os membros da Fraternidade e aprovou as suas normas de vida logo em Julho do mesmo ano, nomeou o Padre Pio Gottin, seu fundador, como delegado da associação.

Segundo a Irmã Bárbara, a missão deste grupo continuou a mesma e, até hoje, elas trabalham com “as pessoas mais pobres e com mais necessidade, escola, catequese e enfermaria”, pois a associação teve a preocupação de formar as irmãs nestas três áreas.

Depois de alguns anos, fizeram formações e trabalharam na Casa Betânia, na ilha do Fogo, onde eram colocados os leprosos, com apoio de um médico leprólogo italiano Alexandro Loretti, até o encerramento da casa.

Após o encerramento da Casa Betânia, ficaram algumas pessoas que foram abandonadas pelos familiares, passaram para uma outra residência juntamente com as irmãs e hoje têm na ilha do Fogo a casa Madre Teresa, onde acolhem todos que necessitam de abrigo e companheirismo, principalmente os idosos.

Na ilha Brava, neste momento são somente três e lamentam a “falta de vocação” por parte da camada jovem, o que está a levar esta comunidade a “cair um pouco”, porque, segundo elas, “estão a ficar cada dia mais cansadas”.

Mesmo assim, dizem que não vão desistir, vão continuar a trabalhar para “tentar resgatar” jovens com vocação, e “levar para a frente” o instituto para frente com “trabalho e humildade” a bem da sociedade.

O aniversário foi comemorado com uma eucaristia.

MC/AA

Inforpress/Fim