José Maria Neves pede "serenidade e responsabilidade" para reconstrução de Chã das Caldeiras
O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, disse durante o encontro do Conselho de Aconselhamento da Reconstrução do Fogo que “nem todos estão de acordo" com o andamento dos trabalhos, "mas que o Governo está a fazer absolutamente tudo para que as pessoas de Chã possam viver com a mesma dignidade das outras pessoas”. Daí o Chefe do executivo solicitar a “serenidade e responsabilidade” as gentes de Chã das Caldeiras por considerar que "há muita desinformação" relativamente aos desalojados.
Das medidas aprovadas pelo Conselho, que inclui o Gabinete de Reconstrução do Fogo (GRF), os Municípios do Fogo, instituições do Estado, a Protecção Civil e representantes da população de Chã das Caldeiras, destaca-se a cobrança de portagem para o acesso ao parque natural de Chã das Caldeiras a partir de 1 de Janeiro de 2016, como forma de também angariar fundos para a sua reconstrução, bem como a publicação regular dos relatórios sobre a aplicação dos fundos de reconstrução.
Assim, o próximo relatório será divulgado ainda no decorrer deste mês de Dezembro. O Fórum serviu também para avaliar os trabalhos realizados até ao momento e perspectivar acções futuras, onde José Maria Neves assegurou, que "novas medidas serão tomadas para corrigir um ou outro problema que ainda existe".
Entre as acções imediatas está a construção da nova adega que deverá arrancar em breve, bem como a ampliação e melhoria das 110 moradias de 1995, já em curso, deverão ser aceleradas e concluídas em Fevereiro ou Março de 2016. Quanto ao apoio às famílias só as cestas básicas equivalem a cerca de 7 mil a 800 contos do montante global. Tudo junto, as despesas por família atingem em média de cerca de 35 contos por mês, sendo que este apoio é concedido desde a erupção e se prolonga até data de hoje.
Questionado quanto ao início das obras do novo povoado em Achada Furna e com todos os equipamentos urbanos, José Maria Neves garantiu que o mesmo se encontra em fase de preparação e apontou o início do próximo ano como data limite para o arranque dos trabalhos. "No início do próximo ano teremos o esboço e estaremos em condições de iniciar as obras. O valor global é de 35 milhões de euros e em função das necessidades vamos mobilizando recursos para a construção das infra-estruturas", algo que irá trazer melhores condições de vida aos desalojados de Chã das Caldeiras do que aquelas que tinham antes da erupção de Novembro de 2014.
Estas acções exigem avultados recursos financeiros, mas que nem por isso esmorecem as intenções do Governo e do GRF. Até o momento, o Executivo arrecadou cinco milhões, dos 35 milhões de euros necessários para a reconstrução. Parte deste valor foi mobilizado junto dos parceiros internacionais, mas também do aumento do IVA em 0,5%, onde foram arrecado mais de 200 mil contos até Setembro.
Enquadrado neste processo de reconstrução de Chã, de Fevereiro a Novembro, foram distribuídas sementes e rações e ainda desenvolvidas actividades geradores de rendimento e apoio técnico para actividades agrícolas, que beneficiaram 10 famílias, através do Ministério do Desenvolvimento Rural. Igualmente foram atribuídas terrenos às famílias de Mosteiros e Monte Genebra, construídos reservatórios de água e instalada ligações a rede de água às casas em Achada Furna e Monte Grande.