Jovens de Fajã d'Água reclamam falta de espaços para ocupação dos tempos livres e criticam degradação do polivalente local

Cidade de Nova Sintra, 20 de Novembro de 2024 (Bravanews) - A comunidade jovem da Fajã d’Água, uma das localidades mais emblemáticas da ilha Brava, expressou recentemente o seu desagrado em relação à falta de espaços adequados para a ocupação dos tempos livres e à situação de degradação do polivalente da região. Os jovens locais afirmam sentir-se desmotivados e sem alternativas de lazer e recreação, algo que, segundo eles, impacta negativamente a qualidade de vida e o desenvolvimento social da comunidade.

Nov 20, 2024 - 15:26
Nov 20, 2024 - 15:26
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Jovens de Fajã d'Água reclamam falta de espaços para ocupação dos tempos livres e criticam degradação do polivalente local

Em entrevista à nossa redação, vários jovens apontaram o polivalente como um dos poucos espaços de convivência da localidade, mas lamentaram profundamente o seu atual estado de abandono. Com o pavimento deteriorado, paredes descascadas, e a falta de equipamentos básicos, o local, que já foi o centro de várias actividades desportivas e culturais, encontra-se inativo, e os jovens não conseguem entender como a Câmara Municipal da Brava permitiu que a infraestrutura chegasse a esse ponto de degradação.

"Era um espaço importante para nós. Ali, jogávamos futebol, basquete, e até organizávamos festas e eventos culturais. Agora, com o estado em que se encontra, é impossível usá-lo. A Câmara já deveria ter tomado providências há muito tempo", desabafa Miguel, um jovem local de 21 anos.

O problema, no entanto, não se limita apenas ao polivalente. Os jovens relatam também a escassez de alternativas no que diz respeito a centros culturais, espaços de recreação e até mesmo locais para prática de actividades artísticas. A falta de opções faz com que muitos se sintam desmotivados e, em alguns casos, sem perspectivas para o futuro. "Não temos nenhum lugar onde possamos praticar desporto ou nos reunir de forma saudável. A maior parte dos jovens acaba se dispersando, muitos caem em atividades que não contribuem para o bem-estar da comunidade", acrescenta Sofia, estudante de 19 anos.

A preocupação é generalizada e reflete uma demanda por acções mais eficazes por parte das autoridades locais. "A Câmara não parece se importar com a juventude de Fajã d’Água. Enquanto isso, vemos outros locais da ilha recebendo investimentos e a gente aqui fica para trás. A juventude precisa de oportunidades, não de abandono", critica João, um dos representantes de um grupo de jovens locais que têm tentado mobilizar a comunidade para reivindicar melhorias.

O polivalente da Fajã d'Água foi, durante muitos anos, o centro de diversas atividades desportivas e culturais, atraindo jovens de diferentes idades e promovendo eventos que fortaleciam o espírito comunitário e o desenvolvimento social. No entanto, com o passar do tempo, a falta de manutenção e a ausência de investimento levaram ao seu declínio, culminando na atual situação de degradação. "É uma grande tristeza ver o que aconteceu com aquele espaço. Ele foi feito para o bem da comunidade, mas hoje é um reflexo do abandono que estamos vivendo", lamenta outra jovem que não quis se identificar, uma moradora da localidade.

A situação na Fajã d’Água reflete um problema maior que afeta várias localidades da ilha Brava, a falta de investimentos adequados em infraestruturas de lazer e cultura para os jovens. Sem opções de lazer e com poucas alternativas para o desenvolvimento de suas habilidades e talentos, muitos acabam se afastando das atividades construtivas, o que pode ter consequências negativas para o futuro de toda a comunidade.

A esperança é que, com um trabalho conjunto entre os jovens e as autoridades locais, espaços como o polivalente da Fajã d'Água possam ser revitalizados, proporcionando às novas gerações a oportunidade de crescer em um ambiente mais saudável e enriquecedor.