Júlio Correia teve sua ascensão e sucesso, em grande parte, devido ao suporte constante do PAICV. Ele que já foi ministro, vice-presidente do PAICV e presidente da câmara, teve diversas vezes o apoio do partido na sua trajetória política. No entanto, suas ações recentes sugerem de alguma forma uma profunda ingratidão e um anseio de retaliação que está prejudicando severamente o partido.
No final do dia, isso é apenas mais uma evidência do que tenho aqui: o PAICV, em termos gerais, está muito fraco. A liderança atual parece incapaz de inspirar confiança ou de oferecer uma visão clara e unificadora. A necessidade de reformas profundas é evidente. Essas reformas devem ser ressoadas não apenas com os militantes do partido, mas também com o povo neutro, que busca uma alternativa confiável e eficiente.
No entanto, acredito que a execução dessas reformas é dificultada pela falta de líderes globais dentro do partido. A ausência de figuras carismáticas e visionárias que possam reunir apoio popular e conduzir mudanças substanciais torna esse trabalho extremamente difícil. Sem uma liderança forte e consistente, o PAICV corre o risco de continuar a perder relevância e apoio popular. E até que essas mudanças ocorram, o partido continuará a lutar contra a maré crescente de desconfiança e desilusão.